segunda-feira

Pedro Passos Coelho e a utilização da "inteligência colectiva" do Facebook

Pedro Passos Coelho ao colar no Facebook a sua declaração sobre o OE2011 estava a tentar animar as molas do Estado espectáculo e as emoções dos milhares de pessoas que povoam o Facebook para ir desbastando a acção do governo socialista em funções. É legítimo que o faça, mas, creio, não lhe traz autoridade política nem técnica, que são as valências que ele mais precisa para se afirmar como verdadeira alternativa política em Portugal.
PPCoelho procurou, com esse gesto, arranhar a superfície do que é possível fazer com a inteligência colectiva do Facebook, e algo haverá a fazer nesse sentido, certamente. Mas não devemos esquecer que o FB é uma espécie de Revista Caras virtual, onde as pessoas colam fotos privadas, imagens diversas e trocam mimos entre si, sem nenhuma preocupação de análise ou de reflexão relativamente aos assuntos que importam à governação e à polis. Daí a espectacularização do spin que o líder do psd procurou extrair com esse lance virtual. Duvido que produza efeitos políticos.
Mas se ele queria ser verdadeiramente original e até polémico deveria fazer, à semelhança de Obama, o seguinte: colar na Net as filmagens originais dos acontecimentos que levaram às negociações do OE2011 fornecendo-os às redes sociais e às redes noticiosas - que iriam adorar essa matéria-prima. Catroga deu uma ajudinha com a foto no BB, a sinalizar o acordo em sua casa com Teixeira dos Santos.
Ou seja, já que PPCoelho quis ser mais "papista do que o papa", e sabendo que os utilizadores dos medias sociais contam com a liberdade da Web para potenciar esse tipo de informação, deveria o psd de PPC passar a apelar às suas bases de apoiantes que desencadeassem o processo de comunicação política a partir do rizoma, nomeando, para o efeito, o cargo de Director Executivo de Informação dos Media Sociais - que funcionaria junto do seu gabinete na Lapa.
Esse cargo iria ajudar a coordenar o "governo" das organizações - nacionais e locais - e de todas as infra-estruturas do PSD, das medidas políticas e dos serviços necessários à captura do poder em 2011.
E, de caminho, seria suposto que PPCoelho, para ser coerente, sério e sustentável, não se esquecesse de dizer aos portugueses qual o seu projecto para Portugal.
Coisa que ainda não fez!!! E é, creio, o mais importante.

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