O prof. Teixeira dos Santos e o conceito de responsabilidade política e moral. Sociologia da indignação
O prof. Teixeira dos Santos é um académico, como político tem um currículo impressionante. Tirou o seu doutoramento na Carolina do Sul, nos Sates, e a sua Dissertação de Doutoramento versou sobre "Three Essays on Portuguese Monetary Economics", 1985. Trabalhou com Sousa Franco quando este era ministro das Finanças do governo de Guterres, e desde que o PS está no poder, ou seja, desde o séc. XX, Teixeira dos Santos tem tido sempre funções de elevada responsabilidade. Hoje, em face do OE para 2011, custa-me a crer como é que o cientista, habituado ao planeamento dos indicadores que controlam os grandes agregados humanos, foi incapaz de se gizar políticas económicas e financeiras gradualista para ir aplacando o défice galopante dos últimos anos na máquina do Estado. E era a ele quem se pedia uma responsabilidade técnica específica, dado que Sócrates tem escassa formação na área, embora seja o PM, naturalmente, o responsável por este engordar descomunal do Estado, cujo monstro foi alimentado pelos anos de vaquinhas gordas do cavaquismo comunitário. Ao ouvir Teixeira dos Santos, que até tem uma imagem simpática e aprazível, pergunto-me por que razão o técnico de finanças e de economia se deixou apagar ante a figura do ministro das Finanças e da Administração Pública?! Hoje Teixeira dos Santos desdobra-se em entrevistas para explicar aquilo que nenhum português com dois dedinhos de testa entende, e aqui caímos no nó górdio que redunda no seu discurso totalizante acerca da economia, ou melhor sobre a responsabilidade, o que vindo dele funciona como um contra-senso, é até contra-producente, pois toda a sua narrativa se dilui no conceito de responsabilidade política (e até moral). O que, no actual quadro negro que quase 11 milhões de tugas têm frente, lhe tira a credibilidade e a capacidade de diferenciação e degrada-o para a categoria de mero instrumento de políticas económicas e financeiras erradas que o empurram hoje para sociologia da indignação. E é pena, pois como cidadão desejaria que o prof. Teixeira saísse do governo com a credibilidade com que nele entrou. Mas isso é ingenuidade minha e pedir o impossível!!!
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