quinta-feira

O equívoco da Comemoração da I República

Felizmente que a nossa República (a terceira) é hoje verdadeiramente democrática, ainda que Paulo Rangel, nos seus laivos pré-eleitoralistas de vésperas da sua ida para a Europa, tenha falado em claustrofobia democrática. Foi uma fórmula que não pegou. Mas, de facto, de em Outubro de 1910 até 1926, na chamada I República, não existiu democracia pluralista, nem imprensa livre, nem estado de direito, nem liberdades cívicas. Antes pelo contrário, o radical e extremista PRP não hesitava em recorrer à violência revolucionária para dessa forma transformar a sociedade portuguesa naquilo que ele queria, daí a recusa de qualquer compromisso com os liberais. Ora, não sendo democrática nem pluralista, o 5 de Outubro de 1910 foi um dia de equívocos parado em 1926 com a entrada em cena do velho "Botas" que durou quase meio século no poder em Portugal. E assim flui a história de Portugal, navegando de equívoco em equívoco até ao estado a que chegámos descrito hoje pelo FMI, OCDE e demais OEIs que traçam um perfil negro à nossa economia. Tudo, portanto, prepara um ano de 2011 recessivo que julgávamos já não ser possível, mas é, e não deixa de ser curioso que seja, de novo, a ditadura dos mercados e das finanças quem dita a regra e a lei.

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