segunda-feira

Marcelo estraga o estratagema do eloquente Ângelo interpretado pelo actor PPCoelho

Marcelo avisa Passos, CM
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou esta noite na TVI que se o líder do PSD decidir provocar uma crise política com o chumbo no Orçamento de Estado para 2011 com objectivo de provocar eleições legislativas antecipadas "liquida a campanha de Cavaco Silva".
Segundo recordou o comentador, o "País fica sem Orçamento" e terá de trabalhar com o orçamento de 2010. "Este orçamento não dá para o ano que vem", declarou o antigo líder social-democrata. Novas eleições só a partir de Maio de 2011 e novo documento das Contas do Estado pode ser só em Agosto de 2011.
Para o também conselheiro de Estado, a campanha das presidenciais serviria, assim, para discutir a convocação de eleições dos presidenciais.
Marcelo avisou ainda Passos Coelho que terá de optar entre uma crise política, já no próximo Orçamento de Estado e eleições antecipadas, ou a revisão constitucional: as duas ao mesmo tempo não é possível porque o PS, obrigado a ir a votos, não faria qualquer acordo para viabilizar alterações à Lei Fundamental.
A propósito das propostas de reforço dos poderes constitucionais de Passos Coelho, Marcelo registou que o assunto teve reacções no próprio PSD, nomeadamente, Pedro Santana Lopes, que "é um surfista, andava à procura de onda, não tinha onda".
Para o comentador, Santana tem o seu lado de razão, uma vez que, no PSD, há um histórico contra o reforço de poderes presidenciais, sobretudo no tempo de Ramalho Eanes, mas no partido também "houve sempre tudo e o seu contrário".
O analista político também considera "impossível", no actual quadro de impasse político, um acordo de governo entre PS, PSD e CDS-PP. "A ideia, que teria sido muito interessante saber há uns meses atrás, se era possível, agora é impossível", argumentou.
Quem propôs um acordo de governação tripartido foi Paulo Portas, líder do CDS-PP. Mas, Marcelo sublinhou que José Sócrates " agarrou-se ao poder, agarrou-se à canela. Não sai". Portas, recorde-se, também pediu a saída do primeiro-ministro para permitir esse acordo.
Obs:
Alguém disse um dia que o psd era uma espécie de albergue espanhol, abre as pernas e mete tudo lá para dentro. Lembremo-nos de zita Seabra, oriunda do pcp hoje no psd... Mas o mais triste é que os grandes partidos com vocação de poder são exactamente assim, mesclas de interesses, por vezes contraditórios ainda que disfarçados de linhas de coerência inequívocas. Passos viabilizou o PEC e agora quer esfrangalhar o governo legítimo através duma revisão constitucional à medida para inflacionar o poder de Cavaco e subir à sua boleia. Estratégia ruinosa, além de idiota. Até chego a pensar que Pacheco e Ferreira leite são os novos assessores de PPCoelho...