quinta-feira

A estupidez colonial ainda não morreu», diz Financial Times

A estupidez colonial ainda não morreu», diz Financial Times, tsf
«A estupidez colonial ainda não morreu», escreve o Financial Times, sobre a Golden Share que o Estado detém na PT e que usou para travar a pretensão da Telefonica de adquirir a Vivo.
«A estupidez colonial ainda não morreu». É a primeira frase de um artigo seco na análise que faz ao veto do Governo português.
O uso da Golden Share leva o Financial Times a não poupar nas palavras. Na coluna de opinião, o jornal lembra que Portugal utilizou um instrumento anacrónico, que está prestes a tornar-se obsoleto para impedir a venda da Vivo à Telefonica.
De acordo com Lisboa, continua o artigo a oferta espanhola não reflectiu o interesse do país e da PT e por isso ironiza: «Que interessa que a maioria dos accionistas votasse sim à venda?»
Das duas uma, conclui o artigo, ou o Governo pensa que este era um mau negócio para a PT ou quer ser campeão português no Brasil.
Seja como for, ambas são péssimas justificações para acabar com o negócio e atirar pela janela a credibilidade.
O jornal escreve ainda que os accionistas da PT devem estar zangados e que no final se o veto se mantiver a PT pode acabar presa numa má relação com a Telefonica e é a Vivo que vai sofrer com essa situação.
Obs: Não deixa de ser curioso que seja um jornal de referência na área dos negócios internacionais, finança, economia, mercados e bolsas em todo o mundo oriundo de um país que criou e expandiou o regime do Apartheid na África Austral - designadamente mediante o sistema colonial britânico no Cabo e no Natal ao adoptar as práticas que lançaram as bases legais para o regime do apartheid - nos venham agora acusar de colonialistas pelo facto de sermos um país pequeno e de impedir a venda duma participação que a PT tem numa empresa que, curiosamente, opera numa ex-colónia portuguesa, o Brasil. A história, de facto, revela movimentos interessantes de seguir.

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