Horácio Roque: um grande banqueiro que parte...Exemplo de um self made man
O presidente do Grupo Banif morreu esta quarta-feira no Hospital de São José onde se encontrava internado desde dia 4 de Março após ter sido vítima de um AVC. Morreu aos 66 anos em Lisboa. RTP
Um homem de sucesso
Nascido em Mogadouro, uma pequena aldeia situada a 80 quilómetros de Oleiros, o mais novo de cinco filhos de um agricultor, depressa se apercebeu que aquela terra era pequena demais para as suas ambições.
Aos 14 anos decidiu ir em demanda de um futuro melhor e escolheu a então promissora Angola para tentar a sua sorte. Depois de vários dias no mar, Horácio chegou a Luanda e começou logo a trabalhar. O primeiro emprego que arranjou foi a vender linguiças e presuntos numa charcutaria. O patrão gostou tanto do seu trabalho que em vez dos 800 escudos prometidos ao fim do primeiro mês entregou-lhe mil para o compensar.
Horácio Roque quis melhorar a sua situação e matriculou-se à noite para estudar. Nunca chumbou um ano.
Profissionalmente dedicou-se depois à venda de perucas e aos 18 anos foi desafiado a abrir uma cervejaria. Chamou-lhe "Munique" o nome do célebre festival de cerveja. Foi tal o sucesso que a cervejaria se manteve até ao ano de 1990.
Aos 23 anos casou com Fátima Roque de que teve duas filhas e com quem esteve casado três décadas.
Por alturas da independência de Angola, Horácio Roque já tinha negócios na África do Sul. Um escritório com poucos empregados para negócios de trading e um colégio chamado Verney constavam do seu património.
No ano de 1977, dois anos depois da independência de Angola, Roque trocou o novo país de expressão oficial portuguesa pela África do Sul. A sua intenção era a de não mais voltar ao país que o viu nascer como empresário e homem de sucesso.
Na África do Sul e sem muito dinheiro no bolso, mas com bons contactos que foi fazendo ao longo dos anos, montou uma rede de laboratórios de análises clínicas que acabou por ser a terceira maior do país.
Cruzou-se com Joe Berardo e os dois tornaram-se bons amigos. Com o seu amigo adquiriu a empresa madeirense de tabacos e o hotel Savoy. Fez investimentos na banca e nos seguros.
Na actualidade tinha holdings pessoais ligadas a vários sectores da economia. Era accionista maioritário e presidente do Banif. Na África do Sul, mantinha negócios residuais: era dono do jornal O Século de Joanesburgo, mantinha a agência de viagens Lusoglobo e a Sandown Travel e era proprietário de vários prédios e casas.
Horácio Roque recebeu várias condecorações entre as quais se salientam a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique (1988), recebida do Presidente da República e a Condecoração Nacional da Ordem de Vasco Nuez de Balboa (1998)do Presidente da República do Panamá. Morreu aos 66 anos no Hospital de São José vítima de AVC.
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