terça-feira

Autarcas portugueses aderem a pacto europeu pela defesa ambiental

Autarcas portugueses aderem a pacto europeupela defesa ambiental
por DANIEL LAM
Plantar árvores, criar ciclovias, utilizar veículos movidos a electricidade e melhorar a eficiência energética nos edifícios municipais são algumas das medidas que vão ser adoptadas pelas câmaras municipais que este ano aderiram ao Pacto de Autarcas da União Europeia (UE) no combate às alterações climáticas, entre as quais se contam Beja, Santiago do Cacém e Loures.
Com a adesão destas autarquias, o pacto passa a incluir mais de 1500 cidades e vilas da UE, 24 das quais são portuguesas. Amanhã, cerca de 800 autarcas vão estar em Bruxelas, numa cerimónia com o objectivo de receber os novos membros e partilhar soluções e boas práticas na eficiência energética e redução das emissões de dióxido de carbono (CO2).
Uma das autarquias que mais recentemente entrou neste pacto é a de Beja, que formalizou a sua adesão no dia 21 de Abril. O presidente da câmara, Jorge Pulido Valente, explicou ao DN que o pacto assumido obriga a sua autarquia a "cumprir determinadas metas com intervenções na área da defesa ambiental e com medidas para uma utilização mais racional da energia".
"Já estamos a produzir energia por co-geração e a vender à rede e também já estamos inseridos na rede nacional e na rede europeia da mobilidade eléctrica", revelou.
"Apostamos numa mobilidade mais sustentável, que, além dos veículos movidos a electricidade, implica também a utilização da bicicleta e as deslocações a pé, em detrimento dos transportes que consomem combustíveis. Tudo para a redução das emissões de CO2", salientou o presidente da câmara.
Anunciou estarem também previstas "intervenções para reduzir a produção de resíduos e aumentar a reciclagem". Além disso, "estamos a desenvolver projectos em conjunto com a associação ambientalista Quercus para a preservação da biodiversidade, nomeadamente ao nível da flora", adiantou Jorge Pulido Valente.
Segundo explicou, "o pacto implica o compromisso da autarquia em adoptar medidas estruturantes de médio e longo prazo". Considera que "há medidas pontuais, como Um Dia Sem Carros ou Uma Semana Sem Carros, mas isso não é suficiente, porque depois volta tudo ao mesmo. É preciso adoptar medidas estruturantes que se prolonguem no tempo".
Vítor Proença, presidente da Câmara de Santiago do Cacém, que aderiu ao Pacto no dia 2 de Fevereiro, alertou ao DN haver "questões que ultrapassam a câmara, como nas imediações ter a central a carvão da EDP, em Sines, que produz milhões de toneladas de CO2 por ano". Adiantou ter "um ano para cumprir um conjunto de compromissos para reduzir as emissões de CO2 e tomar medidas para aumentar a eficiência energética. Temos de entregar os planos à UE até Fevereiro de 2011. Estamos a trabalhar internamente e com o Instituto de Soldadura e Qualidade para construir esses planos".
"Abrangem áreas distintas. Por exemplo, a adopção de medidas para melhorar a eficiência energética nos edifícios municipais", especificou. "A câmara está a projectar um centro cultural em Santo André e já dei indicações para essas instalações utilizarem energias renováveis e terem um bom nível de eficiência energética", disse.
Já Loures "possui a maior central fotovoltaica do mundo em ambiente urbano, localizada no Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, com painéis solares instalados nos telhados dos edifícios", revelam dados fornecidos pela autarquia, que formalizou a adesão ao Pacto de Autarcas no dia 1 de Março.
Obs: Uma excelente notícia, sobretudo se pensarmos que inúmeras são as medidas que podem ser tomadas pelos governos de proximidade, i.é, as autarquias com vista a reduzir substancialmente a emissão de CO2 para a atmosfera, bem como a definir preventivamente políticas públicas ambientais sustentáveis.

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