sexta-feira

Presidência custa 5 vezes mais que a casa Real espanhola

A Presidência da República portuguesa custa cinco vezes do que a Casa Real espanhola, em valores absolutos e 18 vezes mais por habitante, disse quinta feira à noite, na Figueira da Foz, D. Duarte Pio de Bragança. dn
Aludindo a diferenças entre os custos dos sistemas monárquico e republicano, o pretendente ao trono nacional frisou que o Presidente da República português, anualmente, "custa cerca de 2,9 euros por habitante" enquanto os encargos por habitante do Rei de Espanha representam "uns cêntimos por ano" aos cidadãos espanhóis.
"Em valores absolutos é cinco para um, por habitante é 18 vezes mais. O palácio de Belém sai muito mais caro do que o palácio real espanhol", disse D. Duarte.
Acrescentou que a monarquia inglesa, a mais cara do Mundo, é "a única" que é mais cara do que a República Portuguesa.
"Mas [os ingleses] são reis de uma dúzia de países, entre os quais o Canadá, Austrália e Nova Zelândia", argumentou.
Outra diferença entre o sistema monárquico e republicano espelha-se, segundo D. Duarte Pio, nas visitas de Estado.
"O Rei de Espanha, quando viaja, ou vai num aviãozinho militar pequenino ou vai num avião de carreira. Nunca ninguém viu o Rei de Espanha requisitar um avião inteiro de uma companhia aérea para fazer uma viagem de visita oficial", sustentou.
Obs: De facto, as democracias têm luxos que as monarquias só conheceram no sécs. XX e XIX - em que grassava a corrupção nos países e a desgovernação nas sociedades europeias de então. Contudo, este argumento não é linear, v.q., existem actualmente democracias bem geridas e monarquias corruptas, assim como monarquias desenvolvimentistas e democracias corruptas, mas neste quadro é difícil encaixar as tentativas explicativas (e de autoposicionamento) de D. Duarte para justificar o regresso à monarquia em Portugal.
A declaração, em si, deve ainda ter menos valor do que a necessidade que PPCoelho vê na urgência da revisão da CRP. Enfim, ficamos todos a saber qual é a agenda política do putativo candidato ao trono em Portugal, embora tenha pena que D. Duarte não coloque a sua imensa massa cinzenta ao serviço do combate à pobreza, ao desemprego e à melhoria das condições de vida dos portugueses, nem que para isso tenha de dar um curso sobre empreendedorismo nas elites dirigentes nacionais que funcionalizam a democracia com o fito de fazer uma mais racional gestão de custos que hoje o putativo monarca critica aos democratas.

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