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Conferência "Balanço da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável"

Conferência "Balanço da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável" Quando 22 de Março de 2010 Horário 14h30 - 18h00 Onde Instituto de Ciências Sociais Auditório Sedas Nunes Categorias relacionadas Conferências ICSUL
CONFERÊNCIA BALANÇO DA DÉCADA DA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E APRESENTAÇÃO DO LIVRO EDUCAÇÃO AMBIENTAL: BALANÇO E PERSPECTIVAS PARA UMA AGENDA MAIS SUSTENTÁVEL de Luísa Schmidt, Joaquim Gil Nave e João Guerra
A meio do percurso da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, proclamada pela UNESCO em 2005, o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS‐UL), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Comissão Nacional da UNESCO promovem uma Conferência no dia 22 de Março (14h 30m), nas instalações do ICS, para fazer um balanço nacional e internacional desta iniciativa.
Arjen Wals, professor da Universidade de Wegeningen (Holanda) e responsável pela revisão intercalar da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, fará o ponto de situação à escala europeia, sublinhando o papel das universidades neste âmbito. José Vicente de Freitas, da Universidade Federal de Rio Grande e coordenador do Programa Agenda 21 Brasileira do Ministério do Meio Ambiente, falará do caso do Brasil. João Ferrão, ex‐secretário das Cidades e Ordenamento do Território animará a sessão e Fernando Andresen Guimarães, Presidente da UNESCO encerrará os trabalhos.
No mesmo dia será lançado o livro Educação Ambiental – Balanço e Perspectivas para uma Agenda Mais Sustentável, cuja apresentação estará a cargo de António Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa, e Mário Ruivo, Presidente do CNADS.
O livro analisa a situação da Educação Ambiental e para o Desenvolvimento Sustentável (EA/EDS) a partir de dois inquéritos nacionais – um aplicado à totalidade das escolas do ensino básico e secundário, outro a um conjunto de organizações não escolares (estatais, privadas e associativas). Os dados inéditos recolhidos permitiram discutir e avaliar a EA/EDS que se faz hoje em Portugal (incluindo o seu percurso histórico) e o papel que ela tem desempenhado na formação de uma cidadania preparada para a(s) crise(s) ambiental global e outras.
De acordo com os resultados, a EA/EDS caracteriza‐se por ser mais ‘vertical’ do que ‘transversal’, permanecendo demasiadas vezes confinada à turma sem envolver a comunidade escolar (auxiliares de acção educativa, professores, alunos) e muito menos a comunidade extra‐escolar (pais, autarquias, empresas locais). Isto apesar de alguns bons exemplos, que existem e poderiam ser replicados.
Este livro é lançado no Dia Mundial da Água, sendo este um dos temas mais trabalhados nos projectos de Educação Ambiental (77,1%) – só ultrapassado pela questão dos RSU com 77,6%, e logo seguido pela conservação da natureza (71,4%). Em contrapartida, temáticas tão relevantes para o desenvolvimento sustentável como as da saúde ou da solidariedade social, tendem a ficar de fora.
Importa também realçar, no que toca aos grupos‐alvo dos projectos, o peso esmagador dos estudantes mais jovens (Ensino Pré‐escolar, 1º Ciclo do Ensino Básico e 2º Ciclo do Ensino Básico) face aos estudantes do secundário. Esta “infantilização” dos projectos de EA/EDS aponta para o carácter essencialmente recreativo e lúdico que tende a revestir estas actividades em Portugal.
A este facto não será alheia a dificuldade de integração da EA/EDS nos programas escolares, que em parte resulta duma desarticulação institucional persistente entre os vários ministérios envolvidos.
Um outro problema tem a ver com a falta de continuidade dos projectos de Educação Ambiental. Entre a crónica falta de recursos e a descontinuidade de políticas de apoio e incentivo, o esquema de mobilidade no trabalho dos professores do ensino público leva a que, frequente, com a saída de determinado professor, o projecto acabe por se extinguir.
Em resumo, defende‐se neste livro que as escolas deveriam tornar‐se verdadeiros exemplos de inteligência ambiental, conferindo à Educação Ambiental o carácter transversal e mobilizador que pode e deve ter. Tal implica uma reforma a vários níveis, incluindo o das infra‐estruturas. Sem surpresa, são as escolas que dispõem de mais equipamentos – laboratórios, ginásios, bibliotecas – as que desenvolvem maior número de projectos de EA/EDS. A actual dinâmica de reconstrução e melhoria de equipamentos nas escolas seria, pois, um momento oportuno para uma tal viragem.
Obs: Divulgue-se.

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