Direcção do PSD estuda alternativa ao congresso extra
A maioria dos 'vices' do partido discorda da realização do congresso extraordinário. Ainda que Ferreira Leite tenha apoiado a ideia.dn
A Comissão Permanente do PSD reúne-se amanhã e terá sobre a mesa a tentativa de encontrar uma alternativa à convocação de um congresso extraordinário desencadeada por um conjunto de autarcas sociais-democratas, liderados por Carlos Pinto, e por Pedro Santana Lopes, através da recolha de 2500 assinaturas de militantes.
Segundo fonte da direcção laranja, na última reunião daquele órgão, na terça-feira passada, a maioria dos vice-presidentes de Manuela Ferreira Leite (à excepção de Rui Rio, que não participou na reunião) manifestaram reservas em relação ao congresso extraordinário. Sobretudo por considerarem que o partido ficaria mal perante o País ao realizar dois congressos quase em simultâneo; o desencadeado pelos militantes e que, muito provavelmente, determinará a data das eleições para a liderança; e o que se seguiria às directas para escolha dos órgãos dirigentes e esvaziado de conteúdo.
A mesma fonte admitiu ao DN ser provável que amanhã a direcção tome "alguma iniciativa" para evitar esta situação e adianta que Manuela Ferreira Leite já conversou com Santana Lopes sobre o assunto. Tanto mais que a líder social-democrata apoiou a ideia do antigo líder do PSD logo no dia em que este anunciou, através do Sol, que ia desencadear o processo de recolha das 2500 assinaturas. Santana já o fez, pedindo aos subscritores da convocação do congresso que os estatutos do partido estejam em debate. O que abre a porta à discussão sobre o fim da eleição directa na escolha do presidente do partido (ver texto ao lado).
Os autarcas do PSD, liderados por Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, que em Novembro pediram a convocação de um congresso extraordinário, reúnem-se no próximo sábado na Ericeira, concelho de Mafra, precisamente para fazerem o ponto da situação sobre a recolha das assinaturas para a reunião magna. Carlos Pinto diz ao DN que, dentro de 15 dias, o processo deve estar concluído.
No encontro da Ericeira, os 16 autarcas envolvidos - entre os quais António Capucho (Cascais) que foi o primeiro nome de Manuela Ferreira Leite ao Conselho Nacional - vão analisar a possibilidade de apresentar uma moção ao congresso. Estes militantes sociais-democratas também querem discutir o modelo de escolha da equipa dirigente e da líder do partido. Carlos Pinto frisa ao DN que o congresso extraordinário poderá evoluir para electivo, caso os Estatutos sejam alterados pelos delegados nesse sentido.
Os autarcas sociais-democratas defendem ainda a construção de um bloco político, que congregue o CDS, para gerar uma alternativa de governo ao País e a definição de um programa urgente, entre outras coisas, para a economia, finanças públicas e justiça.
"O discurso do Presidente da República não é só para ser respeitado, tem de ser ouvido", afirma o presidente da Câmara Municipal da Covilhã.
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