Portugal-naufragado-à-aguardar-reboque-da-maré
O Portugal fútil colonizado pelas trivialidades do navegar sem mapa culmina no encalhe:
- No Verão temos os incêndios com os desgraçados dos bombeiros a não ter mãos a medir para apagar tanto fogo (posto); no Inverno são as chuvadas intensas que põem a nu a miséria de algum Portugal continental e insular que diante das chuvas perdem as casas e reclamam do Estado aquilo que ele não tem para dar, apesar dos brutais impostos com que os portugueses são carregados.
- Na Primavera são os Relatórios da OCDE, do FMI e as intimidades dos diagnósticos do Constâncio do Banco de Portugal que, em regra, são negativos para a nossa autoestima e representam uma palmada no rabo dos portugueses, que terão de ser mais produtivos, mais poupados e menos protestativos.
Mas o que torna os processos de crise especialmente relevantes para o campo analítico é que são, simultaneamente, desconstrutores dos modelos de análise precedentes, ou seja, ao mesmo tempo que são o “veículo” que permite o movimento no “comboio” da história, o seu aparelho de comando revela deficiências no centro de comando e torna-se ineficaz ao nível do take-of dos principais indicadores socioeconómicos de desenvolvimento nacional, sobretudo por referência aos indicadores de desenvolvimentos dos restantes países da UE.
Isto já há muito que não é uma questão de direita ou de esquerda, de PSD ou PS, pois o que hoje se constata é que o aparelho de comando político português, com PM e PR no seu vértice, está convertido num navio inseguro, sem piloto nem comandante, o que explica que todos os seus passageiros se encontrem confrontados com a sua perplexidade, qualquer que seja o seu campo de acção ou a sua especialização social, com excepção, naturalmente, de todos aqueles players que estão sentados à manjedoura do Estado, a engordar sem nada darem como contrapartida à comunidade que os alimenta.
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