quinta-feira

Caos em Lisboa num cenário imaginável ante um sismo provável

As catástrofes acontecem sem aviso prévio, como muitas cartas das finanças e certidões d' óbito. Vejamos o caos em Lisboa num cenário imaginário, embora plausível a avaliar pelo que sucedeu esta madrugada com a nossa Rede Sísmica do Continente a registar um sismo de magnitude 6.0 (Richter) e cujo epicentro se localizou a 200 Km a Oeste-Sudoeste do Cabo de S. Vicente. Bastaria aqui alterar os valores, e em vez de ser 6.0 seria 8.0 da mesma escala. E tudo seria diferente, para pior. As principais cidades do Algarve seriam engolidas pelo mar, e para além dos milhares de mortos os vivos que se safassem fugiam em direcção ao centro do país, cujas cidades também estariam afectadas. A zona Ribeirinha de Lisboa não teria melhor sorte, e de Belém até à Matinha - envolvendo toda a zona do Parque das Nações (PN) ficaria submersa e destruída. Nem as novas construções do PN resistiriam à potência das vibrações que destruíria o parque habitacional dessa zona mais recente e nobre da capital. Lisboa despovoava-se, as empresas foguiam, recordes de greves e de desemprego ("salvando" Sócrates do colete-de-forças em que está perante esta coligação negativa), o urbanismo viraria uma palavra vã, e manel Salgado apareceria a boiar no Aquário Vasco da Gama no d´Afundo, o edil A. Costa ficaria preso à rocha de Conde de Óbidos - sem que mais nenhum dos vereadores o pudesse salvar deste caos. O saque, a fome e a violência fariam o resto no pleno assalto à capital, num misto de catástrofe natural e de criminalidade urbana oportunista. Algumas cidades do Alentejo, como Portalegre, ficariam parcialmente destruídas e com uma câmara falida a cidade fecharia para obras, talvez só salva mediante um peditório à cidade para ajudar nessa reconstrução das vias, do saneamento, dos edifícios públicos e de habitação destruídos pelo sismo que, de facto, acabou por se revelar tímido e poupar-nos a todos. Em Janeiro de 2010, eleições municipais gerais conduziriam a uma maioria absoluta de um governo liderado por Sócrates que passaria a governar Portugal a partir de Guimarães, uma das únicas cidades poupadas pelo sismo. E a partir da qual começaria por fazer a regionalização com base, doravante, num programa que teria como objectivo reconstruir as cidades de Portugal. Guimarães seria, assim, o ponto de partida para um processo de mobilização colectivo para a procura de um futuro melhor para Portugal. Este cenário não aconteceu, porque a natureza nos poupou, mas poderia ter acontecido.

Etiquetas: ,