quarta-feira

Evocar António Carlos Manso Pinheiro - um homem de cultura -

António Carlos Manso Pinheiro fez imenso pela divulgação do livro em Portugal. É justo reconhecer a sua grande dimensão humana, o valor do seu trabalho, a atenção que depositava em cada tarefa, relação ou projecto. Dava importância ao valor da amizade entre os homens. Sabia pensar e escrevia bem, sempre conciso. Como editor transformou o panorama editorial em Portugal, e nunca recuava perante os riscos. O seu lema era editar com qualidade. Leu (compulsivamente) e deu a ler, gostava de partilhar o que sabia. O António Carlos gostava de cimentar as identidades nas pessoas, além do seu espírito de missão, os ganhos materiais sempre foram secundários. Ao fim e ao cabo, o António Carlos queria um mercado do livro dinâmico que pudesse reflectir a própria vibração da economia. Em certo sentido, era para isso que o Plano Nacional de Leitura contribuía. Fomentando também os hábitos de leitura do livro em Portugal. Hoje lembrei-me de António Carlos, um bom amigo e um homem de cultura com quem muito aprendi, e a forma de o reconhecer é evocá-lo singelamente sabendo da sua entrega aos livros e à causa editorial em Portugal, além dos bons momentos que fruímos juntos aqui e alí nestes recantos da vida que depois se convertem nas esquinas da memória que o tempo não consegue apagar.