Joaquim, o Último dos Profetas - por António Fidalgo -
António Fidalgo
Joaquim, o Último
dos Profetas
Romance
Obs: Uma sugestão de romance para este Verão, que poderá servir para múltiplas coisas: desentoxicar do caldo de cultura mercantil (e mercantilizado) em que vegetamos, regressar às origens, recuar no tempo para "comprar futuro", afinar os fios ténues e traidores da memória, tornar Deus inteligível (ou perder as esperanças n' Ele), queimar alguns (ou todos) dos nossos pecados capitais e aprender a ser-se mais homem nesta incompletude da espuma dos dias que passam, deixando cair as máscaras da simulação (mostrando o que não se tem e o que não se é) ou da dissimulação (ocultando o que se tem e escondendo o que se é).
Contudo, e pelo pouco que sei e tenho visto por cá, nesta vidinha terrena (que encanta tanto quanto desencanta), já não sei o que será pior (ou melhor): se o esgotamento da paciência de Deus; se a detecção do seu oculto entusiasmo!?
A Sua falta de paciência já a conhecemos. Tenho, confesso, alguma curiosidade em conhecer o Seu entusiasmo. Mas também isto é ilusão..., como tudo que é meta-físico.
Resta-nos guardar os "rebanhos" dos nossos pensamentos, como diria o Pessoa...
Sendo certo que, por vezes, há ficções mais reais do que a própria realidade. Além de que também não valerá viver uma vida que não pode ser posta em questão.
Dito doutro modo, na linha de Sócrates (o de Atenas): se não se pode ter liberdade de colocar questões, então não vale a pena viver. E aqui chegados batemos no ponto crucial da equação:
- É que a vida só por si não é suficiente; as pessoas devem ter também a liberdade de analisar a sua própria existência, e até brincar com ela, se for caso disso...
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