O "complexo" de Paulo Rangel: Europa cá dentro
Paulo Rangel ao sugerir há dias que pode ter o mesmo destino do que Ana Gomes ou Elisa Ferreira (em Sintra e no Porto), com um pé na Europa e outro no burgo local e mais identitário, é, ou escorrega naquilo que aqui temos designado por "efeito trapalhão". Desde que Rangel ganhou as europeias julga-se o César da Europa, mas também já equacionou a possibilidade de travar a luta política da sua vida regressando ao burgo, por entender que a luta política se trava intra e não extra-muros. É o Rangel na sua versão internacionalizada e trapalhona. Para agravar todo este quadro psico-clínico lembrei-me que num dos filmes de Woody Allen, A Rosa Púrpura do Cairo, há uma pobre dona de casa que adora um personagem do ecrã e faz-lhe a corte. Ela enamora-se logo dele. Mas depois chega o actor de carne e osso, que é ainda mais atraente que o personagem. A dada altura quer um quer outro vão-se embora. Razão por que aqui temos abundantemente defendido que em vez de ser Rangel a emigrar para a reforma dourada na Europa fosse a sua madrinha política a fazê-lo. A senhora já está idosa, da sua idade não brota sabedoria, Rangel está ainda na flor da idade - e faz mais falta cá do que lá. Até porque a nossa taxa de natalidade há muito que é regressiva, e a Europa - no seu conjunto - também não está muito melhor.
De tudo resulta uma questão que parece pertinente: Rangel vai para a Europa cá dentro?
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