sexta-feira

Política ocidental na comemoração dos 35 anos da Democracia em Portugal

Estamos na véspera de comemorar os 35 de anos de Liberdade e Democracia em Portugal. O significado político e simbólico da Revolução dos Cravos no rectângulo - que manteve um Império (do qual fomos a última potência colonial a retirar) é tremenda e não se pode resumir em duas palavras. Mas talvez convinha sublinhar uma ideia simples, que remete ao legado socrático de Atenas, berço da Democracia - onde tudo começou. E esse legado decorre da ideia de Política no seu sentido mais nobre, da de Roma e da Grécia (mitigando Direito e Filosofia), de que resulta uma suposta sabedoria.
Uma sabedoria que decorre de uma concorrência livremente aceite de interesses e opiniões dentro da sociedade. E é aqui que bate o ponto - que vai entroncar com a data que amanhã Portugal e os portugueses irão comemorar: o dia da Liberdade e da Democracia. Sendo certo que a política ocidental distingue-se de outras formas de ordem social pelo desenvolvimento da tese de que, para além da harmonia que resulta de todos saberem qual é o seu lugar na sociedade civil (e na sociedade política/Estado) existe uma outra harmonia na qual os conflitos são resolvidos através da discussão livre (mas responsável) e da aceitação plena dos resultados, sejam eles quais forem.
É esta Liberdade e Democracia (que são indissociáveis, até no plano económico) que recria no nosso imaginário colectivo uma energia suplementar para identificarmos novas fórmulas políticas que nos ajudem a sair da crise em que mergulhámos.
Havendo Liberdade e Democracia, parece que agora só falta verdadeiramente o modelo de desenvolvimento económico sustentável que nos falta para reganhar o capital de confiança para reentrarmos novamente no ciclo do crescimento, da modernização, do progresso e do desenvolvimento.
É, portanto, nesta perspectiva integrada que podemos (e devemos) equacionar a comemoração dos 35 anos de Democracia em Portugal - que não deixa de ser o menos mau dos sistemas, como diria Winston Churchill - e que, por isso, carece de aperfeiçoamentos e aprofundamentos permanentes.