Electric Feel. "Como é poderoso o teu som mágico", dizia Mozart
MGMT - Electric Feel (Justice Remix) HQ
A vida é sempre um rascunho de si mesma. Nunca pode ser vivida por inteiro, há escolhas, opções, caminhos, orientações … rascunhos… uma vez “passados a limpo” não se repetem, vivem-se!
Uma história que se vai escrevendo sem se saber o final que vai ter, é um final certo mas de contornos incertos.
A natureza do Destino, do Amor da Liberdade é frágil. A cada passo, a cada pensamento, a cada escolha a natureza é alterada e pode variar entre um temporal e uma amena tarde de sol, e escreve-se mais um rascunho, acalentado por uma melodia ou por um espasmo … mas escreve-se … o lápis pode arranhar a folha, a caneta pode falhar, mas escreve-se … podem faltar palavras, vontade, desejo , intenção, mas escreve-se … podem até faltar personagens, entram e saem, mas escreve-se …
Na história que escrevemos a cada dia independentemente dos pensamentos e sentimentos que nos assolam a vida escreve-se, sente-se, vive-se…
Hoje sinto-me inerte no corpo mas eléctrica nos pensamentos … e escrevo mais um rascunho de mim! ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Stardust - Music Sounds Better With You
Moby, Extreme Ways
O que fascina na música é a magia que induz, as emoções que provoca e replica, subvertendo a própria lei da incerteza que comanda a contingência geral que é a vida. Aqui a razão fica à porta, porque o encantamento e a energia que a música polariza já não são explicados por ela. E de súbito a música pode gerar o efeito-euromilhões, da tristeza ou depressão nos elevamos rápidamente à supra-razão - que a razão mediana já não comporta. Recordações de amigos desaparecidos, de crianças no recreio, doutras atmosferas - tudo isso a música recupera, funde e fornece agora embrulhada numa narrativa sagrada, poderosa, majestosa que cativa, lidera, apazigua, ressuscita e transforma.
De resto, os sons da terra, dos mares e até das tempestades sempre foram um mistério, uma espécie de deuses que andam por aí a compor às escondidas. Depois nem sabemos quem são os autores... Dois exemplos, duas narrativas que recriam esta pequena teorização acerca do sagrado da música: Jamiroquai apareceu na música como uma espécie de sistema windows quando o que havia antes dele operava o sistema DOS, a revolução que ele introduziu na forma de comunicar Música - representou essa nova janela; Cat Stevens, por outro lado, empurra-nos lá para trás, para o r/c da infância, os ecos do amanhecer da vida. Ser puto again..., mas não saber o que já sabemos hoje. Se não lá se vai a ingenuidade.
A música é, no fundo, esse martelo de diamantes, que ora bate nos nossos corações ora eleva a nossa imaginação rodeando-nos de vibrações positivas. E isso também é um sopro de vida, um espaço para a criação e sonho. O que nos tempos que correm, é a melhor das realidades.
Cat Stevens - Remember the days of the old schoolyard -
Jamiroquai - Little L - Live Verona
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