António Costa numa Lisboa sociológicamente atomizada
Lisboa está hoje sociológicamente fragmentada: pcp, be e a megalomania da arqª Roseta fazem com que todos eles - no conjunto e individualmente - pensem maximizar a sua força eleitoral apresentando-se sozinho a eleições.
Situação diversa do passado, quer com João Soares quer, mais lá para trás no tempo, com Jorge Sampaio - que depois deixou a autarquia para ir para Belém.
Agora há uma tentativa de reunificação da(s) esquerda(s) através duma petição com vista a essa convergência, o que poderá originar um movimento social sui generis. Ou seja, fazer a convergência sociológicamente em torno do pólo aglutinador que é António Costa na capital, mesmo contra as vontades formais dos aparelhos partidários daquelas esquerdas fracturantes que hoje pretendem ganhar para si o seu quinhão de poder - partindo o PS - nessa trajectória. O que conduziria, na prática a uma situação politicamente insustentável/ingovernável, o que não interessaria a Lisboa nem aos seus munícipes. Seria, pois, uma opção que não serviria ninguém...
Perante isto, ou seja, ante a impossibilidade da superioridade política absoluta, António Costa terá apenas de conseguir uma superioridade relativa no ponto decisivo, mediante o uso e as faculdades pessoais, políticas e intelectuais de que dispõem.
Neste colete-de-forças sociopolítico alfacinha, é bem provável que os eleitorados de esquerda respondam à chamada em Lisboa, mesmo contrariando as indicações de voto do pcp, be e de Roseta (& Alegre - que há muito faz o linkage político, operando como que uma pequena espada de damócles sobre Costa teleguiando Roseta - e sobre Sócrates - com a ajuda-parasita do BE), e António Costa arrecade, no final, uma maioria com que não contava.
Para tal, basta que dois pressupostos se combinem no terreno:
- 1. Que os lisboetas percebam que Governar uma autarquia falida (e com uma maioria artificial e paralisante na Assembleia Municipal) e, ainda assim, arrumar a casa/saneando o passivo e relançar os alicerces de futuro da modernização da cidade, não é tarefa fácil. E António Costa, com a sua equipa, tem conseguido ser um gestor exímio nesse fio da navalha cujo passivo santana deixou na capital;
2. Que a abstenção, desta vez, não se comporte da forma vergonhosa aquando as últimas eleições intercalares em 2007. Em que votaram tantas alminhas como aquelas que seriam suficientes para encher o Estádio do Glorioso na 2ª Circular.
Chegados aqui, percebemos a atomização sociológica na capital, por isso cabe a António Costa gerir esses átomos, que, em certos casos, não passam de pirilampos, que estão mais tempo apagados do que a brilhar...
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