domingo

Psicologia profunda acerca do homem-leve. To me or not to me...

Pergunto-me o que alguns pavões da república pensam ou dizem acerca deles próprios e não temos grandes dúvidas desse monólogo entre o eu (privado) e o eu (público) desses "cromos" que da política mais não têm senão uma visão oportunista, chantagista e até parasitária - sem nenhuma contrapartida para o bem comum.
Alguns, na razão comezinha da sua intimidade, dirão:
  • Por vezes sinto-me perdido!! Haver alguém que me procure mas eu não tenho intenção de me deixar encontrar. Há congressos aos quais deveria ir, mas não vou, depois arrependo-me de não ter ido e entro em depressão. Aí escondo-me, hiberno. É, então, que verdadeiramente ninguém me enconntra. O outro eu, que por vezes vejo chegar com grande penugem, sigo-o dia-a-dia. Conheço as suas preferências e os seus desgostos, os seus desejos, as suas desconfianças, os seus ardores e azedumes, as suas invejas e rancores, enfim, os seus medos. Tenho-o praticamente controlado. Ele, pelo contrário, não sabe quase nada sobre mim. Tem apenas alguns indícios: uma carta, os telefonemas de ânimo da arquitecta, uma vaga rota, sinais (na cara), notas superficiais, projectos vãos (tipo, logo se vê...), no fundo - quase nada. Quase tanto quanto eu sei sobre mim próprio.

Também isto entronca com a metafísica do vazio. A estrutura do nada a caminho do coisa nenhuma. Mas sempre com uma vaidade deprimente, patológica...

Como diria o outro: to me or not to me. That's the question...