A estratégia de "Zé Du" é simples: reforçar as participações cruzadas entre as empresas angolanas e portuguesas. Ou seja, os portugueses têm de investir mais em Angola e os angolanos investir mais em Portugal.
Pelo meio esses laços devem consolidar-se através de parcerias, daí resultando vantagens comparativas para ambos os lados. Em teoria é simples.
O problema, do lado angolano, é que não há um Código de investimentos fiável, com regras e critérios objectivos e transparentes na avaliação dos projectos de investimento, o que abre espaço para as golpadas, as luvas e a corrupção conhecida de todos nós. O nível de vida em Luanda é mais caro do que na Suíça sem oferecer 1/3 das suas vantagens, o que desincentiva qualquer empresário a fazer prospecção de negócio.
De pouco servirá criar mais um banco de Investimentos se o software está avariado?! É como ter uma torre imensa de computador, mas sem software. Assim, os programas não funcionam. E aqui, comparativamente a Portugal, Angola terá muito mais a fazer do que Portugal que goza de outro estádio de desenvolvimento político-administrativo e burocrático - que até poderá exportar a filosofia do SIMPLEX para Angola.
Por outro lado, estes grandes investimentos (em energia, ambiente, imobiliário, obras públicas, sector financeiro) não devem descurar o investimento em Educação, Saúde, na valorização das pessoas e no fortalecimento das organizações da sociedade civil - que ainda é incipiente e vive muito dependente do Estado.
Talvez não fosse má ideia, assim como quem não quer a coisa, convencer Eduardo dos Santos a inscrever-se nas Novas Oportunidades de modo a importar o conceito para Angola. Assim, já não iria de mãos a abanar.
Entendamo-nos: nós, os portugueses, estamos tesos, mas temos vergonha de o confessar, tanto mais tratando-se da ex-metrópole do Império. Para agravar o défice, não temos petróleo, diamantes só nas lojas... De modo que exportar o SIMPLEX e o conceito de Novas Oportunidades é o que a urgência do momento me suscita.
Temos ainda a vantagem de, por efeito de arrasto das Novas Oportunidades, exportar também para Angola, e em força, 20 ou 30 mil desempregados (dos qualificados, bem entendido, pois em Angola passam a ser todos engenheiros...) e, assim, matar vários coelhos com uma só cajadada:
Empregar alguns portugueses em Angola, libertando Sócrates da promessa eleitoral da criação dos 150 mil postos de trabalho questionados com a crise; Aumentar a taxa de natalidade angolana (por força do incremento dos casamentos mistos). Seria a nova miscigenação neste 1º quartel do séc. XXI; Esvaziar o capital de queixa aos sindicatos portugueses, os do costume: CGTP, Fenprof do sacristão comunista, e, se possível, exportar também o sr. Mário Nogueira para o Bié, daria um belo capataz... Talvez, na área dos cafés...;
No fundo pedir ao Zé Dú que ajude os amigos em Portugal a conquistar uma 2ª maioria absoluta.
Ironias à parte, sempre que a Europa entra em recessão avulta a vocação africana de Portugal, além dos nossos laços transatlânticos. Daqui decorre uma lição para o futuro. Mesmo em períodos de crescimento constante, que é coisa que a economia internacional hoje já não regista (porque mudou o paradigma de desenvolvimento), Portugal deve, por maioria de razão, seja na bonança ou na adversidade, cultivar laços fortes e de forma regular e constante com a África lusófona. Ela pode representar uma escapatória enquanto os "bombeiros" não chegam...
Viva Angola!! Viva Portugal!!
Já agora, Viva também a Europa - que não sei bem para que serve, a não ser dar um emprego de luxo a Durão Barroso - cuja utilidade - (tirando o Porreiro Pá do Tratado de Lisboa) ainda não vislumbrei.
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