sexta-feira

Jorge Luís Borges - um homem do séc. XIX -

Desde a morte da minha mãe que vivo só,
com a rapariga que trata de mim, nesse
apartamento assaz modesto (...) Levo
uma vida simples, sou um homem sóbrio,
não fumo, detesto o alcóol, os desportos
nunca me interessaram; nunca vou
a reuniões sociais, não vou ao teatro por razões
óbvias, ao cinema tão-pouco. (...) Nesta
casa não há televisão, nem rádio nem gira-discos.
Eu já sou um homem velho. Insisto que sou
um homem do século XIX".
in Revista Gente, nº 805, Dez. de 1980, - cit - O Senhor Borges.
Há muito que guardava esta imagem. Hoje, por mero acaso, encontrei um texto dele. Imagem e texto casaram. Se já não é possível a vida devolver o Homem à vida, é possível à memória recuperá-lo pela via mais fácil: a da literatura e, mais importante, pela memória. Uma e outra - representam também formas de vida.
Em suma: Borges é da casa.