quarta-feira

A espera de Godot ou à espera que Ferreira Leite não apareça?!

À ESPERA QUE A MANELA NÃO APAREÇA...

Ferreira Leite, indiferente à sua própria vacuidade, aparece agora a defender uma nova tese: a de que não esteve em silêncio. Isto, claro está, depois de Marcelo ter cilindrado a santa srª na sua missa de Domingo. É óbvio que Marcelo tem razões e motivações para estar furioso, colonizado pela própria cólera. Uma cólera que tem nome e se chama Santana Lopes - cujo personagem a dama-de-ferro ratificou para se candidatar às eleições autárquicas por Lisboa em 2009.

Leite ao dizer que nenhuma relação tem tido com silêncio, acaba por confirmar a tese do vazio em que navega. E de forma ensurdecedora. Não falou relativamente aos crimes de Verão, à greve dos camionistas antes do Verão que quase paralisou Portugal, não produziu opinião ou pensamento sobre as mais variadas matérias da governação. A srª apenas apareceu no espaço público para reclamar a cabeça de Rui Pereira numa bandeija. É curto...

Revela a tal vacuidade e evoca o vazio levado ao teatro por Samuel Beckett na sua peça - À Espera de Godot. Uma história sobre "dois tipos que estão à espera de outro que nunca mais chega".

Desconheço se ainda alguém de bom senso aguarda pela srª Leite, mas a sua habilidade para o vazio tem, por contraponto, estimulado a criatividade dos analistas em carbonizar a srª Leite que, em rigor, há muito deveria estar a fazer o tal bacalhau espiritual na intimidade doméstica e deixar-se de política e das políticas - para a qual, aliás, nunca teve jeito ou vocação.

Leite, de facto, incarna bem na peça de Beckett, dado representar, como ninguém, o nada, o vazio, aquilo que não existe. E entre a srª Leite e as coisas perpasse uma tonelada de vazio, cheio de tudo e de nada, que desconhemos e imaginamos e que ao procurarmos compreender como é que a governanta da Moviflôr da Lapa chegou à liderança do PSD - acabamos (também nós) por incorrer nesses tais trilhos do vazio, do nada, do não-ser...

Do absurdo...

A tal ponto de já não se dizer: À espera de Godot, mas sim À espera que Ferreira leite não apareça.