sexta-feira

Teoria do laço [social] de Hirschi. Uma teoria (parcial) explicativa do crime

É claro que todo aquele indivíduo cuja relação social apresenta uma natureza desenraizada e débil está mais permeável ao suicídio e à prática do crime do que os indivíduos integrados socialmente. Depois de 1950 as investigações apontam para uma delinquência juvenil resultante da tal quebra do laço social - que falava Hirschi. Eis a razão pela qual as perturbações na relação parental estão muitas vezes associadas à delinquência, a que acrescem dificuldades familiares e escolares que, por sua vez, são factores multiplicadores de mais violência.
Uma violência que gera desadaptação ao funcionamento das instituições e aos controlos sociais que funcionalizam toda a sociedade. Portanto, a teoria do laço social explica, em parte, muita da criminalidade em Portugal - onde cada vez mais o conceito de família se fragmentou.
Desta feita, em lugar de perguntarmos por que razão certos indivíduos cometem crimes? - talvez fosse curial perguntarmos porque é que a maioria das pessoas respeita a lei?
É ponto assente que a moderna Criminologia científica renunciou à ingénua pretensão inicial de explicar um fenômeno tão complexo como o crime através de esquemas monocausais simplistas e lineares.
Toda a teoria contemporânea parte da evidência de que na génese ou etiologia do comportamento criminal interagem necessariamente variáveis biológicas individuais e factores ou processos ambientais e sociais.