segunda-feira

Sopa da Pedra: Ma[n]dona, Marcelo, Portas, Política Educativa, Le Carré...

Ma[n]dona - na adolescência queria dominar o mundo, a biografia que o seu irmão escreveu sobre ela é uma desgraça, mas a cantora pop continua, aos 50 anos, a recriar-se, a debitar melodias que fácilmente entram no ouvido, a movimentar-se bem em palco, com nervo. músculo e frenesim, embora já não precise da irreverância do passado. Pois aos 50 ela até já pensa na morte, dedica músicas ao Papa, é mãe e também já não se atreve a beijar outras mulheres em palco. Em privado, a estória é outra. Madona está aí, para durar e lavar, indo agora facturar para Espanha. Que Deus a acompanhe.
Marcelo, aqui de olhar deslumbrado para Flor Pedroso, qual Casanova da linha do estoril-Sol, ou é o génio da lâmpada ou então sou eu que sou estúpido. Vejamos o seu quadro de referência em matéria de recrutamento político para as autárquicas: para o douto Marcelo - no quadro político para Lisboa - perfilam-se dois candidatos, Seara e Santana. Aqui entre nós, os dois juntos não valem mais do que um suspiro de António Costa quando está distraído - que, se quiser, fará o pleno da esquerda na Capital. Mas o raciocínio do comentarista é "deveras edificante": para se saber qual o melhor para Lisboa, na área do psd, terá de se fazer umas sondagens, e aquele que for mais popularucho (de entre Seara e santana) será o que deverá avançar contra António Costa em Lisboa. Estranha forma de pensar a política e as políticas para a cidade. E vindo esta argumentação de um catedrático de Ciência Política é admirável...
Pois marcelo deveria saber que a degradação da opinião - dita pública - é, por vezes, tão cínica e volátil quanto a opinião de certos comentadores, além de que as sondagens não devem servir para perú de Natal. A política não deve fazer-se como a indústria do parecer jurídico, a política também não deriva da fábrica de salsichas do mercado de sondagens (errática e falível, dependendo das amostras e das leituras que sobre elas se façam) ou do plebiscito eletrónico que as empresas fornecem ao eleitorado como se de uma empresa de fast-food se tratasse. Os cidadãos, por extensão, também não devem ser reduzidos a meros consumidores, nem a política a mero espectáculo.
Ainda bem que o douto Marcelo não é autarca (em funções) de coisa nenhuma (nem de Freixe de Espada à Cinta), ou ministro de coisa nenhuma. Porque se o fosse aquilo que marcelo Rebelo faria era governar cavalgando permanentemente em sondagens (a martelada do instante, temperada, de preferência, com o editorialzinho do pasquim da sonae), e, acaso um dia fosse PM - teria de encomendar umas 15 sondagens antes de formar governo - uma por cada ministro (é claro!!!) - para se saber qual deles seria o mais popularucho diante do eleitorado por forma a que o ministro indigitado passasse efectivamente a desempenhar (cabalmente) funções.
Confesso, que desconhecia este conceito de democracia opinativa instantânea de Marcelo - fazendo apelo cego à sacrossanta opinião que, no fundo, se resume à irresistível aliança da sondagem com os vaipes do jornalista sondageiro de serviço.
Seria desejável que Marcelo não ensine isto na universidade aos seus alunos, pois ainda se arrisca a ser humilhado por um deles - que pouco crente nessa aliança, saiba relativisar a subjectividade das sondagens, das percentagens, dos números e dos editoriais - rejeitando essa tentação cínica e oportunista de actuar como se a opinião fosse uma realidade. Não é.
Este Marcelo já não é só uma anedota analítica, já começa a ser ridículo, como Paulo Portas. Carecem ambos de reciclagem.

Portas regressou ao seu bastião: Aveiro. E de lá reportou as frases feitas do jornalismo terrorista em que se especializou na década em que dirigiu o Indy com o único propósito de destruir Cavaco e o cavaquismo. Hoje é mais um oportunista a cavalgar a onda da insegurança para bater em Rui Pereira. Uma versão rasca do fantasma Ferreira leite, a governanta da Moviflor da Lapa. Depois dos submarinos, das fotocópias e de Nobre Guedes - Portas quer uma promoção grátis com Sócrates e reclama um debate de tv com o PM.

Se Sócrates for tão brincalhão quanto este líder atípico da direita mais estranha do mundo - devolve-lhe a questão nestes termos: acaso Sócas aceite o convite - quem é que vai ao debate pelo lado do cds: Portas ou o seu amiguinho, Nobre Guedes?! Outro fantasma...

Mas mais ridículo ainda é a circunstância de quando se refere o CDS se referir sempre o partido de Paulo Portas, como se fosse a chave do carro ou as peúgas, o que revela que o partido é ele, e ele é o partido. Nenhuma colegialidade existe alí. Logo, o Largos do Caldas é a versão de direita do Comité Central do PC da Soeiro Pereira Gomes. Não admira que Portas seja o coveiro de um CDS que Freitas em tempos criou, e que foi útil ao sistema político em Portugal e à própria fundação da democracia. Hoje o cds mais não serve do que para arranjar financiamentos ocultos para o Caldas e para mandar abaixo mais uns sobreiros - para no seu lugar plantar um Hotel 25 estrelas mais uma dúzia de campos de golfe financiados pelo bes. Pergunte-se a Portas se esses investimentos se situam no Parque Eduardo VII ou se são no Ribatejo...

Há até quem diga que é alí ao pé do Belenenses, entre a Casa Pia e o ministério da Defesa. Já agora, relembre-se Portas que a cabala da Casa Pia, como diria o outro, já foi parra que deu uva. Hoje para queimar o PS será preciso mais...

Igual nota se remete para a Lapa, que beneficiou desse expediente de assassinato político em Portugal através do meninos da Casa Pia.

Obs: Espero que a Moviflor não me processe por estas referências pouco elogiosas, e más para o negócio... As Novas Fronteiras - relativas à Política de Educação na óptica da valorização da Escola Pública - deixaram duas ideias-força este fim de semana: mais educação é o caminho para reduzirmos a pobreza na nossa sociedade; e mais educação é, por extensão, o vector de desenvolvimento que garantirá mais justiça social entre os portugueses. Logo, a aposta na Educação, em todos os graus de ensino, é a prioridade das prioridades nos próximos anos em Portugal em matéria de requalificação da escola pública e na aposta na valorização das novas gerações. Sócrates, Vital Moreira e António Vitorino - de par com os agentes educativos - são os artífices dessa equação - em curso em Portugal. Coisas mundanas. Uma simples bebedeira: a cores e listadas. O ditador da Coreia-do-Norte que o imberbe deputado do PC, Berbardino designa de verdadeira democracia - sofreu um AVC, o que fará dele um elemento ainda mais xé-xé e perigoso para a região e para a humanidade, sabendo-se que aquele país deseja aperfeiçoar a energia nuclear para fins que não são civis nem para fazer caridade ao mundo. Assim sendo, pergunte-se ao bronco deputado do pc qual o valor clínico que atribui ao AVC que o ditador sofreu.

Aposto que vai dizer que se trata dum reforço da democracia..., em prol dos direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores.

Espião: Le Carré quis desertar
O escritor britânico John Le Carré, cujo verdadeiro nome é David Cornwell, admitiu ao ‘Sunday Times’ que esteve tentado a passar-se para a União Soviética quando trabalhou como espião britânico durante a Guerra Fria.
, in CM.
Obs: Ainda bem que não o fez, muito provavelmente hoje seria um pequeno lacaio do sr. Putin - que teria por missão expiar outros ex-expiões, e se um dia resolvesse ser liver e escrever o que lhe desse na gana poderia acontecer-lhe o mesmo que sucedeu a Alexander Litvinenko e Anna Politkovskaya: ou bala na cabeça ou envenenamento. E nós, nos Ocidente, que tanto aprendemos com Le Carré, não gostaríamos que o escritor fosse morrer às mãos do inimigo: um ex-KGB - no qual o escritor se inspirou para escrever os seus romances.

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Envio de SMS provocou acidente de comboio

Trágico embate entre duas composições causado por erro humano

Obs: Sempre achei que os telemóveis deveriam passar a ser equipados com air-bag. A sua ausência já se confirma em alguns prejuízos em postes eléctricos e cabines telefónicas.