sexta-feira

Ferreira Leite é a origem dos problemas

Ferreira leite - alí acompanhada pelo seu "songa-monga", Marques Guedes - uma espécie de mordomo-mor com funções de Relações Públicas duma acriz política que não fala, não vê e não ouve. Assim, convenhamos, até o Rel. Púb. se converte num mono, num songa-monga, num absurdo.
Tradicionalmente, só as pessoas influentes, com ideias e projectos sociais e políticos de monta - além daquelas que têm muito dinheiro como Joe Berardo - é que poderiam causar problemas ou servir de contrapeso ao Poder em funções. Ora, Ferreira Leite não tem ideias, não sabe comunicar, não cria empatia com nada nem com ninguém (é um "frigorífico", como disse Baptista Bastos na folha do DN), não tem dinheiro, anda desaparecida há meses, e quando aparece representa o papel do fantasma para ler os recortes de imprensa compilados pelo seu amanuense - Pacheco Pereira. Ora, é nesta inversão de estatutos - em que são os "sem-ideias" dispensáveis na vida do País - que, paradoxalmente, acabam por gerar alguma turbulência no sistema político.
Vejamos: Cavaco não entrou em fricção com S. Bento apenas por causa do Estatuto dos Açores, mas também porque precisa de ajudar Ferreira leite a ser "alguém" no sistema de poder em Portugal. Não o fazer seria como aquele Pai que renega ao seu filho. Portanto, Cavaco está a fazer o que se esperava dele relativamente à madrinha do António Preto.
O próprio PSD - Santana, Meneses, Passos Coelho - todos, embora com diferentes graduações, timings e modos de intervenção crítica, consideram que a srª Leite é mais uma pedra no sapato dos portugueses do que açucar no café.
O camarada Jerónimo de Sousa do PCP não pode com ela, além de lhe ter tirado algum protagonismo na Festa do Avante - que decorreu em simultâneo com a Universidade de Verão em Castelo de Vide, o camarada torneiro-mecânico e carpinteiro na montagem da tenda no Seixal - acha que leite é uma versão "direitóide" ainda mais perigosa para os trabalhadores do que Sócrates - que já é hoje muito criticado pela Soeiro Pereira Gomes.
Desconfio que Louçã ignora que Leite exista, a ajuizar pelas repetidas omissões e ausências.
Parece que o Al berto da Madeira gostou muito do discurso de Leite no Alentejo, mas como está sempre a mudar de opinião, e costuma ofender aqueles que elogia de véspera, é de admitir que até ao Natal - Ferreira Leite ainda seja humilhada pelo Alberto. Se passar do Natal, não passará no carnaval, em que as calinadas se acentuam e mudam de registo.
Até o autarca-modelo de Oeiras - durante uns anos (é claro!!!) -Isaltino Morais - achou que Leite não conseguiu apresentar um projecto coerente e alternativo para Portugal. Pelo menos não acusou Leite de corrupta, o que a suceder, seria hilariante.
Portanto, ninguém, com excepção de Cavaco e de Pacheco Pereira (e do relações públicas Marques Guedes), dá créditos a Ferreira leite. Mas Cavaco viu-a crescer, ou melhor, ele foi o seu criador; e Pacheco é o autor das suas falas, deixas, vírgulas, pontos e parágrafos de travessão. Portanto, atacar politicamente a srª Leite é exactamente o mesmo que chamar idiota a Pacheco Pereira. O que vai dar ao mesmo.
Esta narrativa é a prova provada de que, doravante, até pessoas com baixo valor politico causam problemas ao País, paralisam-no, fazem perder tempo e massa crítica necessários à reflexão para pensar uma nova geração de políticas sociais que milhões de portugueses precisam nas suas vidas.
Mais: esta narrativa é a prova cabal de que a origem dos problemas pode em geral centrar-se num único sujeito: seja ele inepto, subalterno ou arrogante, envenenador da boa vontade entre Belém e S. Bento - que é, aliás, o principal propósito de Ferreira Leite no sistema político português, à falta de melhor projecto.
Leite não é, de facto, um actor deste filme. A srª faria um grande favor a si própria, ao seu netinho e aos portugueses se simulasse uma ida ao WC e aproveitasse para desaparecer da vida pública em geral.
Até o PSD agradecia.