Marcelo, o espelho e o palco. Génese do "Não" a Castelo de Vide
Marcelo anda enfurecido... Vá-se lá saber porquê. Parece que é por causa dum espelho, um instrumento perfeito para a ilusão. Quando espelha os seus inimigos, agindo exactamente como eles agem, ele não percebe a sua estratégia. O efeito do espelho acaba por o ridicularizar e humilhar, levando-o a reagir exageradamente. Ou seja, há muito que o PSD não confia em Marcelo - se é que alguma vez confiou(?), marcelo, por sinal, também desconfia de todos, excepto de si próprio.
Ele coloca o espelho diante da sua psique, para ver se é seduzido com a ilusão de que compartilha os valores dos seus correlegionários, mas o espelho devolve-lhe outras imagens e outras narrativas. Nada agradáveis, por sinal. Pois assim que Marcelo soube que o PSD convidou António Vitorino para a Universidade de Verão - Marcelo declinou o convite sob pretexto de falta de agenda. O que revela bem que o comentarista convive mal com a concorrência daqueles que o suplantam intelectualmente, têm igualmente tanta visibilidade nos media e comportam no currículo - até mais experiência política do que ele. Marcelo ainda não aprendeu a conviver com estas realidades, nem resistiu à imagem que o seu espelho lhe devolveu e, por essa razão, disse Não aos organizadores do PSD na Universidade de Verão, na bonita Vila Alentejana de Castelo de Vide.
Embora também há quem defenda que Marcelo foi coerente: diz apoiar Ferreira Leite, mas depois vai para o jornal de Balsemão dizer que a srª não tem ambição, é incapaz de mobilizar o partido e até lhe sugere uma sopa de pedra com temas (economia e segurança) que Leite deveria abordar no seu discurso político, como se o professor ditasse ao mau aluno (Ferreira Leite) o que ele teria de fazer para ter sucesso nas provas.
Não foi a Castelo de Vide, foi coerente. Perante o exposto, é de admitir que Marcelo irá votar Sócrates nas próximas Legislativas, no Verão de 2009. Isto também ajuda a explicar por que razão o PSD não gosta do comentarista.
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