sexta-feira

Sequestro no BES de Campolide, em Lisboa

Dois moinas de origem brasileira (de 20 e 30 anos) entraram hoje no balcão do BES em Campolide, fizeram 3 reféns, um deles foi libertado. Na imagem vê-se um dos criminosos a apontar uma arma à cabeça do funcionário da agência, porventura, o gerente.
Em face deste crime, que deverá merecer mão pesada pela Justiça portuguesa, deveremos reflectir em algumas ideias e preconceitos que povoam aquilo que muitos de nós pensamos, sem com isso incorrer em perspectivas xenófobas.
Muitos dos imigrantes que demandam Portugal - inclusivé esta nacionalidade irmã (brasileira), de par com origens do Centro e Leste europeu, por razões de natureza económica. Mas uma vez cá chegados entendem, ou já vêm com essa ideia dos locais de origem, que o recurso ao crime revela-se um modo de vida mais rentável, e, não raro, não hesitam em recorrer às várias modalidades de crime para consumar esses planos criminosos. Tem sido assim com sujeitos de nacionalidade brasileira e do leste, por vezes em articulação com pessoas de origem portuguesa, que conhecem melhor o terreno onde actuam.
A PSP, a PJ e o Grupo de Operações Especiais estiveram bem: negociaram, negociaram, negociaram. No final, com os sequestradores cansados, e revelando amadorismo, avançaram. Nota máxima, portanto.
Quanto à justificação da óptica dos criminosos a coisa explica-se mais ou menos assim: envolvidos desde cedo na delinquência, alimentam todo o tipo de ressentimento contra o mundo. Estão até convencidos de ter sofrido uma longa sucessão de prejuízos imerecidos.
Alguns desses criminosos afirmam que toda a vida tiveram de lutar contra iniquidades e injustiças. Face a isto, adoptam, relativamente aos outros, uma atitude reivindicativa e de autojustificação que resulta na recusa de se comprometerem socialmente. Persuadidos de que os seus próprios crimes são actos de justiça, legitimados. Por essa razão, esses criminosos acreditam ou convencem-se de que são pessoas mais justas e mais honestas do que aqueles que os julgam, i.é, a sociedade.
Veremos se os dois sequestradores brasileiros são retirados em sacos de plásticos, já cadáveres, ou saem meramente feridos.
Se saírem já cadáveres a lição que transmitem aos demais colegas de ofício, ou seja, aos demais criminosos a actuar em Portugal, é contagiante, pesada e pode ter um efeito inibidor; se saírem parcialmente feridos - a ideia que pode perpassar para a sociedade é a de que o crime compensa.
Num estado de direito quer o legislador, quer as pessoas que respeitam a lei, e dada a natureza do crime violento a que os sequestradores submetem as suas vítimas, durante horas a fio, é de bom conselho defender a perspectiva mais dura.
Os criminosos que pensem bem antes de executarem os seus planos criminosos. O crime jamais compensa. Quando não são agarrados pelas malhas da lei em tempo real, são vitalmente tolhidos pelo peso da culpa e da má consciência.