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Fernando Pessoa é mais importante do que o petróleo e o Não (irlandês) imbecil ao Tratado de Lisboa

"O essencial do espólio de Pessoa está na Biblioteca Nacional".
Foto picada no Público, um jornal culturalmente interessante, com jornalistas, gráficos, paginadores e articulistas estimulantes. Fraco, fraquinho, fraquérrimo é mesmo o seu directo r.
Celebram-se hoje os 120 anos do nascimento do escritor
Biblioteca e espólio de Pessoa vão estar na Internet
13.06.2008 - 12h35 Luís Miguel Queirós
Dois ambiciosos projectos de divulgação na Internet de materiais pessoanos, ambos envolvendo o investigador Jerónimo Pizarro, irão permitir que especialistas nacionais e estrangeiros tenham acesso online ao espólio de Pessoa, que neste momento ainda se encontra nas mãos dos seus herdeiros, bem como a todas as páginas de todos os volumes da biblioteca que pertenceu ao poeta, incluindo a centena e meia de livros e revistas que os familiares conservaram e que não estão, como os restantes - cerca de 1200 - na Casa Fernando Pessoa.
O projecto de digitalização integral da biblioteca de Pessoa conta com o apoio da Câmara de Lisboa e da Casa Fernando Pessoa. Será através do site desta instituição que, no futuro, os interessados irão poder folhear virtualmente os livros do poeta, nos quais este deixou uma abundante "marginalia", incluindo notas de leitura, poemas (alguns ainda inéditos) e uma grande variedade de outros escritos. A equipa de investigadores que trabalha no projecto digitalizou até agora 200 livros; prevê-se que, em breve, possam ser disponibilizadas na Net algumas dezenas de páginas, a título de arranque simbólico da iniciativa.
A Câmara de Lisboa já recebeu 50 mil imagens, e há ainda muitos livros por digitalizar. O trabalho sofreu alguns atrasos, porque o software de que a autarquia dispunha não aguentou o volume de informação.
Uma das vantagens deste projecto, sublinha Pizarro, é permitir reunir num só lugar, ainda que virtual, os livros da Casa Fernando Pessoa e os que a família do poeta detém, tanto mais que não é ainda claro o destino que poderão vir a ter estes últimos. Por exemplo, o leilão de peças do espólio de Pessoa que a leiloeira Potássio 4 anunciou para Outubro inclui alguns livros.
Já nunca será possível reconstituir o que foi exactamente a biblioteca de Pessoa, porque este se desfez de muitos livros durante a sua vida. E mesmo entre aqueles que ainda se encontravam nas mãos da família em 1935, quando o poeta morreu, sabe-se que alguns desapareceram nas últimas décadas, já depois de as pessoanas Maria Aliete Galhoz e Maria da Encarnação Monteiro terem procedido à sua inventariação.
A família de Pessoa, que se mostra agora interessada em vender o que lhe resta do espólio, sempre procurou garantir que todas as peças fossem previamente digitalizadas. Vê, portanto, com bons olhos esta iniciativa, e permitiu que uma equipa de investigadores digitalizasse todas as peças, incluindo não apenas os livros, mas também os muitos manuscritos, de diversa natureza, que não se encontravam na famosa arca, cujo conteúdo o Estado arrolou e que acabaria por comprar, em 1979.
O grupo de pessoanos envolvido deu prioridade aos livros e revistas que estavam com os herdeiros, dos quais só não digitalizaram ainda, segundo Pizarro, "dois ou três que já foram para a leiloeira".
Digitalização de urgência
Foi justamente o primeiro leilão de materiais do espólio de Pessoa, organizado pela P4 em Dezembro do ano passado, que levou Pizarro a acordar com a família a digitalização, com carácter de urgência, de todos os papéis que esta ainda possuía. Durante uma semana, quatro ou cinco investigadores, cada um com um scanner de alta resolução, estiveram em casa da sobrinha de Pessoa, Manuela Nogueira, a digitalizar furiosamente os documentos que estavam na sua posse e na do seu irmão, Luís Miguel Rosa.
"Num dos dias, ficámos até à meia-noite", diz Pizarro. "Quando achávamos que já tínhamos terminado, aparecia sempre mais alguma coisa." Acabaram por digitalizar cerca de 2300 documentos, que incluem o volumoso "dossier Crowley", porventura a peça mais importante já anunciada para o leilão de Outubro.
Inicialmente, Pizarro pensou que faria sentido disponibilizar todo este material no site da Biblioteca Nacional (BN), onde está o essencial do espólio. No entanto, como não teve ainda resposta da BN, desenha-se agora a possibilidade de estes papéis virem a ser divulgados através do site do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, que Pizarro integra.
Obs: Quem dá mais, quem dá mais? Pergunto-me o que diria hoje Fernando Pessoa, que sempre foi uma pessoa frugal, do ambiente de reconhecimento genial que a sociedade vê nele. Na sua inspiração, inventiva, criatividade, capacidade de cruzar assuntos à velocidade da luz, ser genuíno, criar a tal assembleia de heterónimos baralhando até a identidade do criador e, por último, o que diria da conduta dos seus familiares que estão vendendo o que resta do seu espólio?
Pergunto-me isso tudo, e tudo isso. E o mais curioso é que Pessoa em tempos concorreu para documentalista numa biblioteca em Cascais, e a cavalgadura de um membro do júri chumbou o seu nome com fundamento de que dominava mal a língua portuguesa. É caso para dizer: que vá com Deus...
E por falar nisso, estenda-se o elogio fúnebre ao scolari, o tal que quando detesta um jogador, mesmo bom que ele seja, a sua atitude é dispensá-lo sem qualquer justificação.
Isto é profissionalismo, é?! E o burro sou eu!!??
Burros somos todos nós que pagamos balúrdios a esses agiotas sem biografia - que mal sabem ler e escrever - e, ainda por cima, os endeusamos. Pela minha parte, sou claro. Scolari (e conexos)... pagava-lhe para não ser meu secretário.
E, já agora, e porque este post é dedicado ao Fernando Pessoa: que se lixe o petróleo, que se lixe a Irlanda, que se lixem os grevistas - passados, presentes e futuros. Que se lixe a crise.
E um pedido ao Eusébio Ferreira: que não fale, apareça só, mas não fale em nenhuma circunstância. Porque quando fala borra a pintura toda, e depois nem a imagem lhe sobra.
Viva Pessoa. Viva Portugal. O resto é paisagem para vaca pastar.
Fernando Pessoa - Nada Fica
o infante