quinta-feira

Inominado

Há cerca de 2 meses dissémos aqui que se Sócrates perdesse a maioria absoluta tal se deveria à especulação do preço do petróleo e da chantagem económica, social e política que em torno dessa dependência energética se estabeleceria (intra-muros). Essa tendência, infelizmente, tem encontrado confirmação nos factos, e a ditadura do piquete de camionistas, muitos deles verdadeiros criminosos e como tal devem ser tratados pela lei e pelos tribunais - seja por terem danificado bens alheios, por terem morto, incendidado e por terem perturbado a ordem pública - corrobora a dificuldade acrescida em gerir uma democracia pluralista e manter vivo um estado de direito. O que disse a oposição nesta crise? Onde se escondeu? Que propostas apresentaram para viabilizar a crise? Ninguém os viu. Devem todos ter ido para alguma tertúlia manhosa fazer poesia sofrível traduzida pela pena do poeta Alegre secretariado pela sua amiga de sempre: helena Roseta. Tal como os amigos da onça, também aqui a oposição política em Portugal - os poetas Alegres, os louçãs, os jerónimos, os portas, as leites (em emergência) - não apresentaram uma única proposta decente à nação, o que revela bem a qualidade da oposição que deseja ser Governo em Portugal. Pois mesmo para aqueles que não comungam do estilo ou das ideias ou até do programa de Sócrates - permito-me dizer que mais vale uma bufa de do actual PM do que a oposição toda junta dentro dum cesto de diamantes bordada a ouro. Para nada serviriam. Mas o ponto que pretendo sublinhar nesta crise resultante duma chantagem inadmissível por parte da tal ditadura do piquete, que conseguiu impôr um diktat ao governo - sob pena de o País paralisar e a cadeia de abastecimentos entrar em ruptura completa, foi a docilidade bovina com que os tugas deixaram de reclamar contra o elevado preço dos combustíveis - neste quadro de ruptura de abastecimentos. Ou seja, antes dos chantagistas dos camionistas - o povão exaspera-se pelo combustível estar caro, perante o cenário de ruptura de abastacimento o mesmo povão já não se importaria de vender a mãe (se preciso fôr) para injectar uns litrinhos do miraculoso líquido no tanque das respectivas viaturas. As pessoas estão, de facto, completamente escravas do automóvel, do padrãosinho de vida que levam, e, por isso, fariam qualquer coisa. São como aqueles dependentes de coca ou de heroína. Perante isto, como poderemos nós inverter alguns hábitos consumistas, alterar o estilo de vida, tornarmo-nos mais saudáveis!? Por isso, quando via aquelas mamãs e papás dizendo que precisavam de levar o filho à escola - e depois ir buscá-lo - só apetecia dizer ou mandá-los ir e regressar a pé. Ou que apanhassem boleia, que inventassem algo. Em 1500 - éramos todos uns pobretanas, o rectângulo era pequeno, estreito, pobre e as pessoas tinham necessidades maiores do que a terra podia dar. Fizémos a gesta da Descobertas à pála do vento, partimos à bolina e demos novos mundos ao mundo. Fomos, dobrámos o Cabo das Tormentas e regressámos sem termos a certeza disso. Arriscámos. E hoje, aqueles papás e mamãs - dizem que precisam do "pitroil" para levar os filhos à escola. Na verdade, essa gente nem carro deveria ter... Quando abrem a boca, só ofendem um passado grandioso que tivémos!!! Dá vontade de os mandar todos para o...

E nessa leva incluir os ditadores do petróleo juntamente com os novos mafiosos do asfalto à portuguesa - que esta crise gerou.