quinta-feira

Uma caricatura de Edmund Burke - séc. XVIII -. O 4º tempo...

Este filósofo da política, Edmund Burke, em tempos descreveu a sociedade como uma associação entre três tipos de pessoas: os mortos, os vivos e os que ainda não nasceram. Faz sentido e entronca com a dimensão ternária do tempo que conhecemos e fomos habituados a lidar: passado, presente e futuro. Esta especulação gritante do preço do petróleo - que as economias europeias internalizaram pelo facto de estarem profundamente dependentes dessa fonte energética - veio colocar sobre a mesa a necessidade de articularmos e de acautelarmos a forma como organizamos a economia, produzimos, consumimos e, enfim, desperdiçamos energia sem tino comprometendo, em inúmeros casos, as gerações vindouras, os tais que ainda não nasceram e estão situados no tal tempo futuro. As ondas de choque que hoje estas crises sistémicas provocam no interior das sociedades é tal, mesmo neste cantinho da Europa, que nos apraz supôr que se torna difícil ver no sistema que se perspectiva quem, de facto, falará em nome dos não-nascidos, i.é, que seja o fiel representante do futuro. Esta dúvida conduz-nos a uma outra ainda maior: será que há um quarto tempo!? Algo que seja ainda mais denso do que a troika de tempos que conhecemos!? Uma espécie de tempo de Deus, de eternidade, um sincretismo, uma condição ubíqua que tudo concentre numa partícula. No fundo, um tempo liso - cujas máquinas - não precisem de utilizar os derivados do petróleo para funcionalizar a economia global que hoje - já não tem fronteiras, respeita códigos ou distrinça linguagens - nem respeita tempo algum. Um tempo do não-tempo: o 4º tempo...
I WANT TO RIDE MY BICYCLE LINE RIDER
Andando en bicicleta