António Vitorino - Síndrome da manta rota; Durão e a chave da cidade, António Lobo Antunes sobre Saramago e Santana Lopes sobre si próprio...
SÍNDROME DA MANTA CURTA
Obs: Todas as semanas as reflexões de António Vitorino surpreendem pela positiva, até aborrece. Mas, goste-se ou não das suas análises, temos de reconhecer que as explicações que encontra para os problemas do mundo contemporâneo são cristalinas, sólidas e convincentes. E até se percebe que, afinal, as precocupçaões de AV são bem mais ambientalistas do que desenvolvimentistas, ou seja, o autor quer o desenvolvimento mas não a qualquer preço, porque a forma de organização da produção global - que hoje se ressente dos elevados preços dos bens alimentares - terá de tomar em linha de conta as novas fontes energéticas. Recorrer à soja não é, por enquanto, alternativa à carne porque ainda está cara. E a ideia do Banquete gratuito de Platão parece nunca mais concretizar-se. Ou seja, o mundo está hoje obrigado a emagrecer, não porque todos decidimos fazer uma dieta voluntária, mas porque ela passou a ser imposta pelo peso das circunstâncias.
Se me quiser arranjar competições, arranje-me pessoas do meu tamanho. Ou livros.
- respondendo a pergunta sobre como é coabitar com Saramago no mesmo grupo editorial. cit., in Jornal Semanário gratuito Sexta, dirigido por João Bonzinho.
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Verdades inconvenientes, mas que toda a gente sabe... Afinal, qual é o valor e o peso duma VERDADE em Política?!

Bob Geldof veio a Portugal fazer uma conferência convidado pelo bes de Ricardo Salgado Espírito Santo (que está em todo o lado, até nos altares da economia) e disse que Angola era gerida por criminosos. O povo angolano sabe disso (apesar de esfomeado e iletrado), o povo português sabe disso, o mundo em geral também. Pelos visto só alguns empresários portugueses e a própria clic corrupta e antidemocrática angolana - que trata o seu povo como animais de carga - é que desconhece esse terrível facto. A esta luz, e porque a consciência pública mundial mais cedo ou mais tarde não perdoa (e elimina todos os ditadores - mansos ou ferozes), não me surpreenderia que, qualquer dia, seja o próprio Bono dos U2 a cunhar de criminoso o ministro A, B, C, D, E - até esgotar todo o abecedeário - nomeando um a um - os membros da equipa que rodeiam Eduardo dos Santos há 30 anos. Depois de Geldof e Bono - os artistas portugueses tenderiam a proclamar públicamente o mesmo, seguidos dos artistas europeus, asiáticos até que o regime verdadeiramente se democratizasse e desenvolvesse - colocando os bens públicos ao serviço das necessidades reais daquele paupérrimo povo que vive hoje sob condições verdadeiramente infra-humanas.
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A frase da semana. O grau Zero da Política...
Já não reajo por impulso. Estou muito mais previsível. cit. in Semanário gratuito Sexta - que cita o diário de Belmiro de Azevedo gerido por um tal José manuel Fernandes.



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