A verdade mata. Dita friamente, mata duas vezes... E uma verdade silenciada o que é senão uma canalhice (ainda) maior...
Geldof veio a Lisboa e partiu a loiça toda. Disse em vox-alta aquilo que o mundo inteiro sussurra... É um tipo com tomates, este Bob!!! O Macro elege-o a personalidade do Ano de 2008 em matéria de consciencialização para o desenvolvimento.
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Ou seja, na vida o Homem pode sempre escolher dois caminhos: o mais fácil, encolhendo os ombros, adoptando a postura do politicamente correcto, engolindo sapos, comendo e calando, andando curvado e amoxando aqui, alí e acolá; ou, como demonstrou Geldof (que não deve nada a ninguém e já fez mais pelo Continente africano do que Eduardo dos Santos e a sua clic que controla o aparelho de Estado) - seguiu a via mais dura, políticamente incorrecta, desenvolvimentista, denunciando aquilo que o mundo sabe acerca dum regime que de democrático nada tem, e utiliza as matérias-primas estratégicas em prol de uma clic militar que suporta há 30 anos o regime de Eduardo dos santos.
O mesmo que fala em eleições de vez em quando para "inglês ver" - enquanto o povo vive com menos de um dólar por dia e arrasta-se pelas valetas e por bairros de lata onde nada existe: água, alimentos, electricidade, esperança de vida. Nada que confira dignidade ao povo angolano. Visto a esta luz, as palavras de Geldof em Lisboa ainda ficaram aquém da dura realidade... Geldof que aceite o desafio (em nome da Humanidade) e faça a reportagem em directo de Angola. Seria uma vergonha para o poder instalado em Luanda. Por vezes a vergonha "mata"..., e também já assistimos a várias revoluções (ou transições para a verdadeira Democracia) em directo pela TV. Embora, saibamos que no caso angolano "a coisa" afigura-se bem mais difícil. Aí não há sociedade civil e quem controla o aparelho de Estado controla o País. Daí que a "revolução" tenha de partir de "fora"... Com uma câmara de tv e muita audácia. Geldof já deu o pontapé de saída. Agora só falta o Ricardo salgado Espírito santo (e outros) segui-lo nessa cruzada... Basta renunciar a alguns negócios, pôr de lado certas comissões, alienar margens de lucro e outras tantas mais-valias decorrentes dos petronegócios. Tudo em nome do bem comum da Humanidade, em prol dos angolanos - que ainda hoje morrem que nem tordos à boca de Luanda. Há convites que, verdadeiramente, aniquilam os seus fautores. Esses desafios devem ser agarrados em nome do tal bem comum da humanidade...
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