terça-feira

Segurança e prevenção: combate ao crime e efeito de deslocamento. Mega-rusga em Lisboa

A segurança é hoje um bem com um valor elevado no mercado global das transações humanas. Preocupa as pessoas, as empresas, as personalidades (que exigem medidas de acompanhamento excepcionais) e, bem entendido, o conjunto da economia.
Ora, este governo - através do MAI - liderado pelo Prof. Rui Pereira - que tem a vantagem de ser um especialista na área, além de jurista de sólida formação que acumula com imenso traquejo político - tem vindo a legislar, a teorizar e a executar medidas políticas nesse sentido da prevenção da alta criminalidade (ou criminalidade violenta), sobretudo se atentarmos que o crime de Carjacking foi aquele que mais aumentou relativamente ao ano passado (30% segundo as estatísticas).
Nesta linha, o paradigma racional que o MAI vem desenvolvendo poderá representar um impulso decisivo no combate a esse tipo de criminalidade em Portugal, desincentivando-a. Veremos como no corpo desta breve reflexão sobre segurança e prevenção.
E aqui caberá sublinhar que se caminhou, um pouco perversamente, não da teoria para a prática (como seria normal), mas da prática para a teoria, ou seja, foram as circunstâncias que obrigaram as autoridades e os demais agentes e operadores de segurança (e empresas/seguradoras) a rever condutas e, em conformidade, aplicar novas medidas de segurança. O combate ao carjacking espelha essa realidade perversa que ora o Governo pretende eliminar.
Todavia, importa sublinhar que já nos anos 70 do séc. XX, portanto há quase 40 anos, um conjunto de investigações em Inglaterra concluíram que certas alterações operadas nas situações pré-criminais - acabaram por dificultar a vidinha aos amigos do alheio, i.é, aos delinquentes e criminosos com o fito de lhes amputar as motivações, desmotivá-los, reduzir-lhes os ganhos e, nesse sentido, libertar a sociedade dos crimes praticados nesse segmento da alta criminalidade que vem assolando a generalidade dos países desenvolvidos. Em Inglaterra, a instalção de dispositivos antifurto nos veículos reduziu substancialmente o número de furtos a viaturas novas.
Na Alemanha, onde todos os modelos velhos e novos - estão equipados com este tipo de dispositivo, a diminuição de furtos foi ainda maior. Donde, a questão que aqui se pode colocar - é saber se esta lógica anti-furto se pode generalizar aos demais países objecto desse tipo de crime?
Aqui, uma vez mais, a destruição da motivação económica do criminoso é essencial. Pois tratando-se este um tipo específico de crime - cujas viaturas são depois usadas em assaltos e outros delitos, aquilo que importa, seguindo a linha política defendida pelo MAI - Rui Pereira, é racionalizar a prevenção alterando a situação em que são cometidos esses delitos, por forma a reduzir os ganhos dos criminosos, de preferência aumentando-lhes os riscos, as desvantagens e o quadro das dificuldades.
Na prática, se se compreender a mente do criminoso, as suas motivações mais facilmente as autoridades competentes impedem a passagem ao acto através da alteração dos dados do problema com que o potencial criminoso se confrontará antes de passar para o outro lado da fronteira, i.é, cair no crime própriamente.
Esta preocupação tem nome entre a comunidade dos criminólogos, e responde pelo esfeito de deslocamento. Consabidamente, nem os criminosos ingleses, alemães ou mesmo portugueses conseguem desactivar os dispositivos antifurto préviamente instalados nas viaturas novas a fim de as proteger. Dessa forma, o potencial criminoso pensará três, quatro, dez vezes se valerá a pena incorrer nesse tipo de crime para fazer 200/300 metros com um veículo furtado que depois ficará imóvel. E um carro imobilizado não dá, segundo reza a história, nem para fazer novos assaltos nem para escapar às malhas das várias Polícias, que cada vez estão mais bem equipadas e são mais eficazes na sua prevenção e detenção.
Dito de outro modo: nunca como hoje - seja por via da política governamental do sector e enfatisado por Rui Pereira, seja pela natureza dos equipamentos e cultura policial que se generaliza ao conjunto das autoridades de segurança - está no terreno uma lógica de antecipação às reacções dos potenciais criminosos a fim de responder à sua lógica cognitiva e, assim, eliminar ou amputar a lógica das suas escolhas.
Por essa via, os potenciais criminosos - que por regra têm um QI abaixo do padrão normal e são, por natureza, pessoas inadaptadas à realidade social, por isso seguiram o caminho (do crime) mais fácil como modo de vida, passarão, por mais limitados que sejam, a reequacionar as suas práticas nessa arte do alheio.
Apesar de sabermos que o deliquente e o potencial criminoso nem sempre apresentam condutas racionais, previsíveis, daí a permanente atenção e vigilância sobre os dados do problema que hoje configuram as modalidades emergentes dos crimes contemporâneos.
DD

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PSP realiza mega-operação em Lisboa

Rusgas a quatro bairros estarão ligadas a suspeitas de tráfico de droga [Link] Da mega-operação realizada pela PSP na manhã desta terça-feira em quatro bairros da Grande Lisboa resultou a detenção de alguns traficantes de droga e a apreensão de armas, segundo noticia a SIC Online.

A rusga foi confirmada ao PortugalDiário por fonte da PSP. A operação, explicou a mesma fonte, foi o culminar de uma investigação da Divisão de Investigação Criminal de Lisboa. A PSP remeteu para mais tarde o balanço da operação.

Segundo a SIC Notícias, a PSP efectuou rusgas em quatro bairros, Padre Cruz e Horta Nova, em Carnide, Serra da Luz, entre Carnide e Odivelas, e Apelação, em Sacavém.

Ainda de acordo com o canal de televisão, a PSP procura 25 pessoas suspeitas de estarem ligadas ao tráfico de droga.

Na operação, que começou por volta das 7h desta terça-feira, estiveram envolvidos mais de 100 agentes.

Obs: Felicite-se as forças de Segurança pela mega-operação. Deverão ser intensificadas e o seu âmbito espacial alargado.

PS1: São mega-operações como esta que se assegura aquilo a que se denomina, como alguém diria - um "objectivo subjectivo - promoção do sentimento de segurança)".