quarta-feira

Um novo partido em Portugal...

Nota prévia do Macro:
Mais um Movimento que se arma em Partido Político e que irá sossobrar ao jeito de todos os outros que ensaiaram esse vôo rasteiro no post-25 de Abril. O PRD do Gen. Eanes representou esse paradigma invertido. Terminou como sabemos. Mas também há casos-paradigmáticos que desafiaram a imaginação sociológica em Portugal e cujo sucesso repousa, certamente, na qualidade das lideranças. Imagine-se o que seria o PS hoje entregue ao Manuel Alegre e à Srª Vereadora Helena Roseta - por entre poemas e guitarradas... São elas (as lideranças), manifestamente, que fazem as diferenças. Louçã, por exemplo, representa esse paradigma em crescendo, líder dum grupelho de revoltados urbanos - mas com muita imaginação social e política - foram crescendo e hoje envergonham o cds e quase desafiam sociológicamente o PCP. Além de que hoje é Louçã - e mais ninguém, o chefe da oposição em Portugal. Tudo por mérito pessoal: quer nas virtudes de tribuno e de domínio de certos dossiers, quer também na desmesurada demagogia que se reclama de propôr tudo e o seu contrário, posto que o BE nunca será poder. E quem nunca será poder pode dar-se ao luxo de prometer tudo aos portugueses, até "vacas com asas" a tapar o azúl dos céus e a fazer a vida negra às rotas aéreas. Louçã é, hoje, em Portugal uma dessas "vacas" sagradas que voa acima do cds, pouco abaixo do PCP mas não desiste de querer voar, voar, voar... Não creio que este novo movimento tenha igual sorte. Tentarei explicitar isso na reflexão supra. Se as tais "vacas" imaginárias me deixarem...
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: "Política
Em teoria, qualquer novo partido terá actualmente "dificuldades para ser tornar uma força política com representação", defende o investigador de Ciência Política e professor universitário, Manuel Meirinho.
11:29 Terça-feira, 4 de Mar de 2008 A apresentação do Movimento Esperança Portugal (MEP) divide politólogos quanto há existência de uma espaço partidário a ocupar ao centro, mas une-os quantos às dificuldades na formação como partido. O antigo alto-comissário para a Imigração e Diálogo Intercultural Rui Marques anunciou segunda-feira a intenção de criar um novo partido, "Movimento Esperança Portugal" (MEP), situado ideologicamente ao centro, entre o PS e o PSD, e que deverá concorrer às europeias de 2009. Manuel Meirinho, Investigador de Ciência Política e professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) disse à Lusa que em teoria qualquer novo partido terá actualmente "dificuldades para ser tornar uma força política com representação". "É mais um movimento de natureza social que depois vai ter dificuldades muito grandes para ocupar um espaço politico, por muito pouco que seja", adiantou o investigador. Manuel Meirinho explicou que o actual espaço político português tem dois partidos hegemónicos (PS e PSD) e que as franjas políticas à margem destes dois partidos estão muito bem consolidadas, vedando o sucesso a mais um partido. Opinião diferente tem o responsável pelo centro de sondagens da Universidade Católica, Pedro Magalhães, que é da opinião que "teoricamente" existe um espaço para um novo partido que se queira situar entre os dois maiores partidos. Este investigador, ouvido pela Lusa, considera que entre o PS e o PSD há uma "convergência muito grande", existindo mesmo assuntos divergentes que não são tratados de forma a evitar colisões. De acordo com Pedro Magalhães, qualquer partido que se queira posicionar nesse espaço poderá abordar esses temas tabus. Este responsável justifica também que há actualmente uma grande insatisfação dos eleitores em relação ao PS e ao PSD. Aproveitando as últimas sondagens, Pedro Magalhães notou que o PS, está a sofrer o desgaste de apoiar o Governo e políticas do executivo apresentarem grande impopularidade. Lembrou também que a falta de credibilidade em relação à liderança do PSD. "Há alguma oportunidade do ponto de vista ideológico e de posicionamento em termos alternativos" afirmou, salientando que os dois maiores partidos "atravessam um período muito negativo". Contudo estes dois politólogos consideram muito difícil a formação de um partido. Manuel Meirinho referiu que "não é fácil a entrada no sistema político em termos representativos" para um movimento. "Acontece com todos os movimentos, a passagem do posicionamento social para a representação política. É aí que há mais dificuldade no actual sistema político", referiu, adiantando que os movimentos não necessitam de uma hierarquia e regras que os partidos políticos exigem. Na opinião deste estudioso, os problemas - na passagem de movimento a força política - começam pelas lutas interinas pelo poder, dado que enquanto movimento essa exigência não é tão premente. Manuel Meirinho considerou ainda que este movimento "está a nascer de forma muito uninominal" denunciando já "uma falta de estruturação que dificultará a afirmação politica". Na opinião de Pedro Magalhães, "a entrada de um partido no sistema político é muito difícil" em Portugal. O investigador atribuiu as culpas às regras do financiamento, que facilitam os partidos com assento parlamentar, e o número de assinaturas exigidas por lei".