quinta-feira

Barack Obama parece-me um novel Dr. Luther King adaptado ao III milénio

No meu caso, por exemplo, dou valor às boas maneiras. Sempre que conheço um miúdo que fala com clareza e me olha olhos nos olhos, que diz "sim, senhor" e "obrigada", "por favor" e "desculpe" sinto-me mais esperançoso em relação ao nosso país. Penso que não sou só eu que sente isso. Não posso legislar sobre boas maneiras, mas posso encorajá-las sempre que me dirijo a um grupo de jovens. [...]

cit., in Barack Obama, A Audácia da Esperança, pág. 68-69.

Obs: Só um tipo de excepção pode sublinhar um traço desta natureza na conduta humana. Não é nada de excepcional, mas reconhecê-lo desta forma acaba por o ser e denunciar - também - um carácter de excepção - depois transposto para os demais valores que regem a sociedade: como a competência, o mérito, a honestidade. Numa palavra, ser menos imperfeito.

Ou me engano muito ou temos aqui um novel Dr. Luther King - mas mais preparado para os desafios do 1º quartel do III milénio. Meta-se o homem na Sala Oval, mas sem a Mónica, de preferência...
Barack Obama, o caminho para a igualdade racial e seus limites
Há 22 horas

WASHINGTON (AFP) — A possibilidade de que Barack Obama seja o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, país que há 40 anos sofria com o racismo e a segregação, mostra os avanços obtidos pelos americanos no caminho para a igualdade racial, e também seus limites.

Com suas recentes vitórias e seu bom desempenho, o senador democrata vem reduzindo os argumentos daqueles que pensam que a cor é uma desvantagem insuperável para as eleições americanas.

Jovem e sorridente, Obama, segundo editorial recente da Newsweek, "abre um novo capítulo na história de um país onde o problema racial foi vergonhosamente chamado de 'dilema americano'".

"Barack Obama apresenta uma visão sedutora dos Estados Unidos, tentando pôr fim à divisão entre raças, classes, e unir pessoas capazes de fazer com que as coisas caminhem", analisou Ron Walters, professor de Ciências Políticas da Universidade de Maryland.

Obama, nascido no Havaí de pai queniano e mãe branca do Kansas, viveu parte de sua infância na Indonésia, e se apresenta como "candidato de todos".

"Somos uma nação, somos um povo, e o momento de mudança chegou", gosta de frisar em seus discursos.

Obama não é o primeiro político negro a se lançar para a disputa pela presidência. Mas pertence a uma nova geração que não abre mão da luta pelos direitos cívicos e que se beneficiou de seus frutos.

Formado pelas universidades de Columbia e Harvard (onde foi o primeiro negro a dirigir a famosa Harvard Law Review), é o único negro no Senado.

Alguns o descrevem como um 'Tiger Woods' da política, e sonham com uma "era pós-racial" nos Estados Unidos.