Barack Obama parece-me um novel Dr. Luther King adaptado ao III milénio
WASHINGTON (AFP) — A possibilidade de que Barack Obama seja o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, país que há 40 anos sofria com o racismo e a segregação, mostra os avanços obtidos pelos americanos no caminho para a igualdade racial, e também seus limites.
Com suas recentes vitórias e seu bom desempenho, o senador democrata vem reduzindo os argumentos daqueles que pensam que a cor é uma desvantagem insuperável para as eleições americanas.
Jovem e sorridente, Obama, segundo editorial recente da Newsweek, "abre um novo capítulo na história de um país onde o problema racial foi vergonhosamente chamado de 'dilema americano'".
"Barack Obama apresenta uma visão sedutora dos Estados Unidos, tentando pôr fim à divisão entre raças, classes, e unir pessoas capazes de fazer com que as coisas caminhem", analisou Ron Walters, professor de Ciências Políticas da Universidade de Maryland.
Obama, nascido no Havaí de pai queniano e mãe branca do Kansas, viveu parte de sua infância na Indonésia, e se apresenta como "candidato de todos".
"Somos uma nação, somos um povo, e o momento de mudança chegou", gosta de frisar em seus discursos.
Obama não é o primeiro político negro a se lançar para a disputa pela presidência. Mas pertence a uma nova geração que não abre mão da luta pelos direitos cívicos e que se beneficiou de seus frutos.
Formado pelas universidades de Columbia e Harvard (onde foi o primeiro negro a dirigir a famosa Harvard Law Review), é o único negro no Senado.
Alguns o descrevem como um 'Tiger Woods' da política, e sonham com uma "era pós-racial" nos Estados Unidos.
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