sábado

Cavaco não tinha alternativa...

O Presidente da República dá os parabéns ao Governo pela Presidência Portuguesa da União Europeia (UE). Cavaco Silva não poupa nos elogios e diz que os seis meses de Presidência foram um êxito para Portugal e para a própria União. O chefe de Estado diz mesmo que Portugal sai da Presidência com um prestígio «muito reforçado».
Cavaco entende que Portugal «ajudou a União Europeia a ultrapassar o impasse institucional em que estava mergulhar e, dessa forma, a relançá-la na cena internacional». [...]
Obs: A política em Portugal tem assumido uma dimensão e espessura verdadeiramente surpreendentes: a direita apoia a esquerda que (também) é direita; e a esquerda moderna, um dia, não hesitará em apoiar a direita para Belém. Explico-me: em 2014 - Sócas pode bem apoiar Durão para Belém. Então teríamos um PM do PS que já foi do PSD a apoiar um maoista que é hoje um convertido ao neoliberalismo do Consenso de Washington.
A equipa perfeita para Portugal para 2014 - já com Cavaco no estaleiro, quiça a fazer o papel de Soares II, desta feita a negociar com Hugo Chavez outro contrato de petróleo (que se deverá eternizar no poder) ou Castro (que ameaça nunca morrer).
Numa palavra: a política à portuguesa está a ficar tão imperceptível quanto bizarra neste jogo cruzado dos apoios. Ainda veremos Paulinho Portas apoiar a candidatura do camarada Jerónimo de Sousa para presidir à UNESCO. Quem diz UNESCO diz FAO ou uma qualquer Associação Metereológica Internacional.