quarta-feira

Meneses faz de "papá" ao "menino-guerreiro. Se o ridículo "matasse"...

Imagem do cartonista António, um dos melhores artistas do mundo na sua especialidade.
Sócrates «não responde a nada» e é «agressivo» diz Meneses...

Avaliar a narrativa de Meneses no quadro da performance de Santana no Parlamento é um exercício tão ridículo quanto estéril. Com homens desta fibra nem em 2040 teríamos PM, mas enfim.
Vejamos alguns factos: Meneses desce a Lisboa vindo de Gaia para almoçar com Santana, quiça para lhe fornecer os sais minerais e as vitaminas que lhe faltaram ontem no debate do OGE/2008 com Sócrates - que entrou ao ataque e cilindrou completamente esse "elefante branco" da política lusa, o tal que evoca muito Sá Carneiro e o PPD/PSD, suas duas (únicas) muletas políticas. Mas isto só não basta, pelo que Santana hoje nada mais é do que passado, cinza, pó político que se esvai num espirro. Ele vive nessa ilusão do poder narcísico... , que o consome até à derrota final.
Apropriar-se da figura e do legado de Cavaco Silva, que detesta Santana e nunca o convidou para ministro por conhecer bem a peça, é arriscado e Lopes já se deu mal com isso quando em 2005 tentou instrumentalizar a imagem de Cavaco nuns outdoors - que de seguida o ex-PM mandou retirar para vergonha de Santana. De modo que hoje não restam grandes referências aquele que chegou a ser PM de Portugal e que depois Sampaio teve de despachar pela janela de S. Bento com justificada fundamentação de "incompetência política" e "alteração do regular funcionamento das instituições".
Na realidade, foi isto que sucedeu. Na realidade, é isto que Santana, volvidos 24 meses ainda não o reconhece, o que converte este não-reconhecimento num caso-clínico que Santana deveria resolver no divã do psicanalista, e não no hemiciclo onde finge ser quem não.
Meneses sabe que tem alí um "coxo rufia", mas que ele, contranatura, tem de apoiar: por um lado, para o ajudar na frente parlamentar; por outro, se as coisas correrem menos mal para Lopes - para Meneses beneficiar do seu apoio líquido. Portanto, esta liderança bicéfala vive desta sinergia que, num ápice, pode ser autofágica - timbre do PsD.
Depois Meneses diz que o PM é "feio" e que haverá um novo Waterloo após Austerlitz, e a isto Meneses designa de lição de história. Mas que lição!!! Espero que este médico de meia tigela nunca pense dar aulas de história em alguma escola do interior, senão os alunos vão logo pensar que a História narrada por Meneses é autobiográfica e relativa ao psd. E se aplica tão bem como ao próprio Santana.
Ainda noutro ponto da narrativa gastronómica, Meneses considera de "muito positivo" a prestação de Santana ontem no Parlamento, distorcendo, assim, a verdade dos factos só para alimentar o seu débil argumentário e não perder a face. Quando todos, até os cegos, perceberam que Santana está políticamente arrumado, fez uma fraca prestação política, nem nos suplentes dum plantel de 3ª divisão ele já teria assento. Só por compaixão e muita, mas mesmo muita tolerância do treinador, nesta caso do presidente da AR, Jaime Gama - a quem Lopes reclamou mais tolerância - pensando que é Teresa Caeiro.
Mas como gosto muito daquele meu amigo d' arcada - que me diz que "Lopes tem uma grande imaginação" (lembro-me logo do Chapitô...), prefiro pensar que ele é um brincalhão e só me diz aquelas coisas para testar o sentido da minha tolerância.
Tudo, afinal, poderia ser diferente se Santana se olhasse ao espelho e dissesse: estou mal, o peso do passado esmaga-me e, em conformidade, pedisse ao Meneses umas pastilhas de Viagra-político, quiça assim mesmo que o músculo já não funcionasse, pelo menos a aparência poderia assumir outra forma. E em política, bem sabemos que as aparências contam.
Mas por pouco tempo... E o tempo (político) de Santana já há muito que acabou, isto não passa dum prolongamento artificial. Esperemos que não lhe suceda o mesmo que a certos jogadores de futebol: morrem em pleno relvado...
Em política tudo (continua) a ser possível!!