segunda-feira

Notas Soltas - por António Vitorino -

Simples, linear e lógico: António Vitorino pergunta-se que equipa trará Meneses para a Lapa deste PSD e que novidades o médico do Norte a que o Jumento cunha de Evita Peron de Gaia arrastará para o País..
Mas a frase da noite para mim foi esta: "Santana Lopes só não será presidente do Grupo Parlamentar do PSD se o Meneses não quiser". D'accord. O que demonstra que Lopes se anda a oferecer. Um ex-PM... Isso ficou patente de manhã na tsf, à noite maturou-se essa vontade em potência.
Resta saber como Santana poderá ser uma mais-valia no hemiciclo se depois passará o tempo a defender-se das barbaridades que fez nos meses que esteve em S. Bento, de sesta... Por isso, é óbvio que será um mau líder parlamentar, caso seja essa a opção de Meneses. Será que Meneses pensa...
Quanto ao referendo europeu julgo que o governo ainda vai surpreender a Joana Amaral Dias, o Anacleto Louçã e umas multidões largas deste Portugal-profundo, e até veremos Socas a envolver Belém nessa decisão referendária à Europa. We shall see.. Aguarde-se pela decisão dos manos polacos, que depois S. Bento surpreende. Oxalá que sim, sempre seria mais um momento para se compreender a Europa e perceber a sua direcção política, já que com o Zé das Fritas Barroso em Bruxelas o que de lá vem é uma nuvem.
Resta saber que matérias-quentes Meneses escolherá no Congresso para atacar o governo, o PS e o PM? A Regionalização, os impostos, as obras públicas... Quanto à primeira talvez agora a tese mais descentralista vingue, nos impostos Meneses segue de mão-dada com o governo (ou talvez não, dado que Meneses pode pensar que um abaixamento súbito de impostos pode representar a libertação de recursos para a sociedade e o empresariado investir mais e melhor), e quanto às obras públicas associada à tese keynesiana de que é o investimento público que gera o efeito dinamizador da economia - por força do tal efeito do multiplicador - que terá depois consequências no consumo - pois também aqui - se for essa a sua opção no Congresso deste fim de semana - nada de novo se aduz às intenções de Sócrates e do governo socialista - que pensa promover essas grandes obras públicas como elementos infra-estruturantes e alavancadoras duma certa letargia da actividade económica nacional. Veremos...
Contudo, constato que os pontos de convergência de Meneses são maiores em relação ao governo do que os pontos de dissonância. Veremos como será a sua capacidade inventiva e a sua criatogénese, pois não nos podemos esquecer que a Política é a arte do possível. Só espero que não se transforme aquele Congresso naquilo que é hoje o psd: um saco de gatos com o cio, de poder...
Gordon Brown colocou-se ele próprio numa situação delicada, mas respeitável - embora a realpolitik de dois continenentes sobreleve das posições de princípio relativamente à antiga potência colonial do Zimbabwe e ao sr. ditador, Roberto. Mas se a situação se invertesse e fosse o RU que presidisse aos destinos da UE a posição de Brown seria, muito provavelmente, a mesma do PM português, por isso só teremos aqui de elogiar a determinação de José Sócrates.
Uma nota final para a existência em Portugal de um apelo ao ódio racial que já fez algumas baixas no Bairro Alto, perfeitamente evitáveis. Com esses inimigos da democracia, as autoridades só têm de fazer duas coisas: identificá-los e agir por antecipação, surpreendendo-os, pois por regra a sua aparente força e determinação só ocorre em bando, isolados não passam duns cobardes nazis, medricas e pessoas vingativas, frustradas e mal formadas que não devem ter lugar em democracia.
Há quem diga também que são assim por serem sexualmente impotentes...
Uma pergunta: o que é feito daquelas casas de correcção que existiam aqui há uns anos...