segunda-feira

A intolerância neocensora do PCP - o partido mais retrógrado do mundo

Imagem Jumento
O caso que ora opõe a deputada Luísa Mesquita ao velho e estalinista PCP não remete (como falsamente se proclama) para a questão dos valores, dos princípios e da ética, mas trata-se duma questão eminentemente de poder e de exercício do mando no seio duma aparelhagem de poder que ainda se rege pelos princípios do feudalismo e da subserviência de matriz estalinista que o tempo ainda não apagou ou reformou. Volvidos quase 20 anos após a queda do Muro de Berlim...
De um lado temos uma deputada do PCP que julga - e bem - que o seu mandato é para concluir e servir a Nação e não o partido; do outro, temos uma estrutura anquilosada que se julga fiel depositária desse mandato e, como tal, arroga-se dispôr dele a seu belo prazer e em conformidade com a sua vontade, capricho e orientação política.
No caso, o pcp entende que a deputada Luísa Mesquita, por se achar dona do seu próprio mandato, desafiou o partido e, por isso, merece ser expulsa porque questionou a autoridade dos órgãos internos do pcp. Não tem perdão, e como não existe nenhum Gulag na Trafaria, no Seixal ou no Barreiro (ou noutra cintura industrial tradicionalmente afecta ao pcp) expulsa-se a senhora do Parlamento e lá se coloca outro deputado-lacaio mais dócil à Soeiro Pereira Gomes, na linha, aliás, das purgas que o pcp tem feito em Setúbal (o ano passado com a substituição do seu autarca) e na Marinha Grande. Tudo exemplos de uma lamentável intolerância política recuperando os métodos estalinistas (em democracia). Se pudessem, e os tempos e as mentalidades fossem permissíveis a isso (tal o corolário lógico), a medida seria mesmo a eliminação física.
É assim que o pcp vegeta: num simulacro de tensão revolucionária para uma tomada do poder que nunca chega. Esta relação anormal e neo-censora que o pcp mantém com os seus "filhos" revela também a desfaçatez da sua utopia - aqui desmacarada com golpes baixos e de força: seja na ameaça de expulsão da deputada Luísa Mesquita, seja na instrumentalização dos pedros namoras que por aí andam, ante a ineficiência da Justiça, a lançar insinuações canalhas entre o partido do governo de que, até prova em contrário, são todos pedófilos. Enfim, mais um servicinho ao pcp dos namoras de plantão.
Até parece que o pcp ainda vive dos falsos comunicados, das directizes moscovitas para todos os PCs nacionais que devem racionalizar os meios mais eficazes para tomar o poder à escala mundial, e a subversão neste caso passa pela atoarda da pedofilia e pela ameaça de expulsão a uma deputada que tem a coragem de pensar pela sua própria cabeça e não ser a voz do dono.
Estes métodos dizem, de facto, muito do pcp, um partido que há muito caíu num dilema: ou cai no reformismo total para preservar o eleitorado e, nessa lógica, perde para os socialistas; ou então é intimado a assumir as suas perspectivas revolucionárias e dizer ao povo português que cilindrar pessoas que pensem de maneira diferente dos seus órgãos internos ainda integra o seu modus operandi.
O pcp deveria ter a coragem de assumir esta prática estalinista da purga, porque mesmo que o não admita as pessoas percebem o que se está a passar num partido que não se reformou, não se revitalizou (os jovens que entram são velhos a pensar à partida), as pessoas são programadas e versáteis na cartilha marxista-leninista, empertigados, arrogantes, bufões, chauvinistas, burocratas. E depois esta gente, que não é exemplo para ninguém à face da Terra, ainda tem a lata de apelidar Sócrates de fascista ou de ditador. Isto é de bradar aos céus...
O pcp teria aqui uma excelente oportunidade para fazer um debate interno para se reformar a abater alguns muros de Berlim (internos) que ainda tem no seu interior, mas o que ele faz, porque o peso do passado é mais forte, é recorrer ao método da expulsão e da purga. Eis o verdadeiro caminho do pcp no 1º quartel do séc. XXI, espelhando a sua verdadeira vocação de partido censor e repressor das liberdades de cidadania (social, cultural e política) e de tudo aquilo que seja diferente à sua linha oficial, sendo que para alguns o modelo de democracia autêntica é a Coreia do Norte...
Mais palavras para quê?!