sexta-feira

Doris Lessing compara prémio Nobel a um royal flush. Uma mulher invulgar...

NOBEL DA LITERATURA 2007
LITERATURA
Doris Lessing compara prémio Nobel a um royal flush
Foi com uma expressão da gíria do poker que Doris Lessing reagiu à notícia de que tinha vencido o prémio Nobel. A escritora britânica foi recebida por jornalistas à porta de casa, quando chegava das compras, e ao ouvir a notícia disse que se sentia como se tivesse um royal flush [a melhor mão de cartas que se pode ter num jogo de poker].
( 20:14 / 11 de Outubro 07 )
Aparentemente sem saber que tinha ganho o Nobel, Doris Lessing soltou a breve e humorada exclamação sobre o facto de sentir como se tivesse um royal flush perante os vários jornalistas que estavam há duas horas à sua espera junto à sua residência.
«Já venci todos os prémios na Europa e ficou muito contente por isso», disse Doris Lessing num comentário improvisado aos jornalistas que a esperavam à porta de casa, nos arredores de Londres, quando chegava de táxi carregada de compras.
Em declarações à TSF, a especialista em literatura Mafalda Lopes da Costa, disse que desta vez as letras se sobrepuseram política.
«Ultimamente a política sobrepôs-se à literatura. Por exemplo, no caso da Nadine Gordimer, o que se reflectiu foi a situação na África do Sul. Mas este é um prémio verdadeiramente literário, e isso é bonito e bom», salienta a especialista.
Doris Lessing esteve por três vezes nomeada para o Booker Prize, o mais importante atribuído no Reino Unido, mas nunca o recebeu.
"The golden notebook", "A erva canta", "O quinto filho" ou "The Cleft", o seu mais recente romance, são algumas das obras assinadas por Doris Lessing.
Obs: Na entrevista pareceu uma mulher profundamente desprendida, simples e genuina. Uma grande Mulher, portanto. E só as mulheres assim conseguem apreender a essência dos tempos. Só as grandes mulheres conseguem ser mulheres de grande dimensão intelectual, cultural e literária. Depois, para uma mulher que já havia ganho todos os grandes prémios, o Nobel foi mais um... Confesso que apreciei este desprendimento que não deixou de relativisar a importância do Nobel. Temos, pois, mulher para viver até aos 100 anos.