Boas novas económicas: desafogo e descida de impostos. O verde desceu à terra...
Obs. do Macro: A serem sólidas e sustentáveis estas notícias poderão representar um incentivo à actividade e dinamização económica dos agentes sociais e do empresariado em Portugal. Ou seja, sabemos que a economia é, essencialmente, um jogo de expectativas, estando estas numa fase de take-of a iniciativa privada tenderá a aumentar, o investimento público também sairá reforçado como, de resto, se contempla no Orçamento Geral de Estado (em apresentação) PARA 2008 - e o consumo ao nível dos agregados familiares, em face de tudo isto, também poderá sofrer um impulso.
Na prática, e apesar das cautelas que esta informação requer na economia portuguesa, sempre muito pequena e dependente das exportações, tal significa que a dívida pública é reduzida face a 2006 (mesmo que não aumente a receita), o défice cai uns pontos percentuais (o que significa que milhões de euros podem agora ser racionalizados e libertados em programas de reestruturação económica e em programas sociais de combate ao desemprego e ao sub-desenvolvimento) e, desse modo, relançar-se o desejado clima de confiança e de crescimento económico em Portugal.
Será isto uma miragem!? Veremos como a economia nacional se comportará no próximo trimestre, porque por aí se poderá verificar duas coisas, ou melhor, três:
1. A forma como será realizado o investimento público na economia nacional e a trajectória das reformas em curso;
2. Como se comportará o empresariado ao nível da sua iniciativa privada e a capacidade de gerar emprego, riqueza e potenciar as exportações, de preferência em capital intensivo e não nas exportações de bens e serviços assentes em mão-de-obra barata;
3. E a forma como a sociedade em geral reage a esses inputs do Estado e do sector privado.
Será da avaliação destes três efeitos combinados que poderemos constatar com realismo e objectividade se aqueles dados colam às intenções e previsões e encontram depois correspondência nos factos. Factos cada vez mais prementes em Portugal que, consabidamente, tem vivido uma onda de pessimismo que nos tem atravancado a todos.
Mas também aqui não haverá almoços grátis, como dirá o beato da Católica, nem processos de modernização acelerada queimando etapas que temos forçosamente de percorrer, logo resta-nos pensar que tudo isto será viável, mas à custa de muito rigor e disciplina orçamental, que são os factores essenciais na gestão do equilíbrio da oikos, ou seja, ao governo da casa, e, por maioria de razão, também essenciais à macrogestão do governo da polis, i.é, de todos nós enquanto povo. Um povo que busca os amanhãs que cantam.
Oxalá Socas esteja certo, porque se assim for as suas intenções colarão à realidade. E até seria interessante que ele tivesse razão, posto que se os tais 2,4% do défice previsto para 2008 estiverem certos - tal significaria que esse seria o défice mais baixo desde 1975. Daí a piada, visto que os govenos socialistas têm a fama de serrem perdulários e maus gestores da coisa pública...
Também aqui Socas terá a oportunidade de fazer diferente e brilhar. Se Socas tem razão - também aqui constitui uma surpresa, agradável neste caso.
E, para evocar o "pai da gestão" - Peter Drucker (falecido o ano passado) um plano só é bom quando é quantificado e degenera em implementação).
Assim sendo, o Macro dirige das Arcadas uma questão ao Socas: o que estás à espera, pá!?
PS: o "pá" é uma moleta típicamente portuguesa, muitos de nós a utilizamos, e quando ela é utilizada pelo PM tal significa, para mim, que estamos diante o mais sério e sustentável indicador de crescimento e de desenvolvimento económico em Portugal.
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