terça-feira

Jumento analisa a romaria em que se converteram as Assembleias Gerais do BCP. Um regabofe digno dum Club de 3ª Divisão

Amén
A escolha desta troika de fotos é nossa, o editorial do Jumento - que deixou a letra "t" no início do texto para, eventualmente, enviar algum sinal ao advogado do representante minoritário das suas acções no bcp. É uma análise eficiente e incisiva, apesar do "t"...
"Millennium: no melhor pano cai a nódoa
t O espectáculo dado pela luta pelo poder no Millennium é digno das piores assembleias dos clubes de futebol, há muito que deixou de haver verniz nas unhas de alguns dos nossos mais distintos empresários. Quem esperaria que numa assembleia de um banco que foi “obra de Deus” se falassem em missas, ordenados abusivos ou despesas sumptuárias? Aquele que era um banco de onde nada transpirava tem agora as janelas escancaradas permitindo aos portugueses conhecer melhor as suas elites empresariais.
O que está em causa no Millennium é uma única coisa: dinheiro e dinheiro é uma coisa que os grandes accionistas de um banco podem ganhar de múltiplas formas, desde a valorização especulativa das acções na bolsa à partilha dos bons negócios atraídos por um grande banco, passando pelo acesso fácil a dinheiro barato para novos investimentos.
Nesta guerra tem sido evidente a luta entre os que querem ganhar dentro do banco e os que preferem ver as suas acções valorizadas na bolsa. Para grupos como a Teixeira Duarte o investimento no Millennium significa uma grande segurança financeira e o acesso a dinheiro barato. Para accionistas como Joe Berardo o investimento no Millennium será rentável se este puder ficar exposto a opas que valorizem o seu dinheiro de forma exponencial.
Se o BPI tivesse tentado vingar-se da opa oportunista lançada pelo Millennium não teria conseguido melhor, os que se mantiveram em silêncio quando imaginaram comprar o BPI barato estão agora a abrir as portas a uma opa sobre o próprio Millennium. E como se isso não bastasse, a participação do BI no capital do Millennium é suficiente para influenciar as decisões nas assembleias gerais deste banco. Teve razão Artur Santos Silva quando a propósito da opa do Millnennium sobre o BPI afirmou “no passarán”. Não só não passaram como a Opus Dei poderá estar a enfrentar um dos seus piores momentos em Portugal e tudo por causa do pecado da gula.
Este reality show rodado dentro do maior banco privado português tem-nos permitido conhecer como se movimento alguns dos nossos “ricos”, como ganham dinheiro, como e porque se preocupam com a manutenção dos centros de decisão em Portugal. O Millennium é uma imensa máquina de fazer e atrair dinheiro, conta com um imenso poder, gere uma grande teia de influências, conta com antenas em serviços do Estado estratégicos como é o caso do fisco onde os seus “empregados” conseguem o que querem.
Controlar a gestão do Millennium não significa apenas ganhar, ter e controlar muito dinheiro, significa também ter muito poder dentro do banco e nalgumas estruturas do Estado.
De fora ficam os pequenos accionistas, o valor das suas acções está condicionada pelo poder dos grandes accionistas, não acedem às benesses dos paraísos ficais, não beneficiam dos favores fiscais geridos pela rede do director do contencioso fiscal, não ganham com os negócios do home banking, são, tal como todos nós, meros espectadores do reality show dado pelos senhores da Opus Dei e por alguns dos notáveis do nosso capitalismo de trazer por casa".
Obs: Mande-se cópia para a Prelatura do Campo Grande e para os Conselhos de Administração da Somague e afins, PTP e Jardim Gonçalves que, segundo, Big Joe Berardo, há muito que já deveria estar num retiro de Terceira Idade no Restelo.
Ainda bem que os meus milhões não estão naquele banco, pois qualquer dia investir no bcp seria como um bom chefe de família mandar os seus filhos tirarem uma licenciatura de engenheiria na Universidade Independente. Os custos são certos, os resultados incertos.