quarta-feira

A segurança das cidades que têm aeroportos no seu seio

Veja toda a história aqui, na Folha de S. Paulo (link)
Nota prévia do Macro:
Infelizmente, estes grandes pássaros civis ainda não fazem o take-of nem aterram verticalmente, como alguns jactos fazem. Mesmo quando chegar esse tempo tecnotrónico da evolução e aperfeiçoamento da indústria aviónica - os aeroportos devem situar-se fora dos grandes aglomerados urbanos. Nem em África as grandes cidades devem comportar aeroportos internacionais.
Veja aqui como o avião se despistou e foi embater nos edifícios e posto de gasolina.
Enquanto assistimos a mais um trágico acidente de aviação que vitimou mais de 200 pessoas pergunto-me o que dirão aqueles que ainda hoje defendem a ideia absurda de manter os aeroportos no interior das cidades, mormente em Lisboa onde os aviões aterram quase na 2ª Circular, Campo Grande e Telheiras... Qualquer dia ainda veremos o nariz de um A380 enfiado na baliza do Estádio do Glorioso de cauda levantada, e se o azar for colossal a desgraça será trágica, porque podem, num ápice, morrer 200 mil alminhas a assistir a um jogo de futebol. Tantas quantas votaram nestas intercalares de Lisboa. Bem sei que no Estádio do Maracaná, no Brasil, as pessoas também morrem, mas é por ataque cardiáco quando a Selecção brasileira perde.
Ironias à parte, de facto as cidades que há 30 ou 50 anos tinham uma baixa densidade de urbanização, e, portanto, gozavam de espaço e vistas largas, é hoje uma situação contrariada pela pressão demográfica e pela procura de melhores condições de vida por parte dos grandes agregados humanos - que levou a essa migração interna dos espaços rurais para a cidades. De modo que as cidades cresceram desmesuradamente, e as infra-estruturas que outrora se revelavam de dimensão adequada no cômputo geral do ordenamento do território na gestão das cidades revela-se hoje - com a contínua pressão para a urbanização - um desastre completo. Dantes estávamos distantes uns dos outros, podíamos racionalizar o espaço, hoje, ao invés, estamos todos na praia da Costa da Caparica, encavalitados uns nos outros...
Confesso que sempre que estou parado num semáforo do Campo Grande, ou parado na 2ª Circular (onde o Benfica não ganha nada, nem juízo..) estou sempre à espera quando é que um avião aterra em pleno jardim do Campo Grande onde, curiosamente, também existe uma bomba de gasolina - creio que a Cipol do antigo presidente do Sporting, Sousa Cintra.
Se pensarmos um pouco, e sem querer ser oportunista na linha de raciocínio (pelo efeito de proximidade do acidente trágico que hoje ocorreu em S.Paulo), se um avião tem uma falha técnica ou um dos pilotos comete uma falha humana na manobra do aparelho e nas aproximações à pista - Lisboa fica em chamas.
Há males que vêm por bem, e este debate deve ser reiniciado e alargado a todas as cidades europeias que têm (e não têm) aeroportos no seu seio. Julgo que António Costa, como novel edil da Capital, não deverá apenas corrigir a semafrologia e a caça à multa dos radares ora imposta por uma vereadora do PsD (srª Marina, que assim pensa numa forma alternativa de financiar o descalabro financeiro da responsabilidadde deste psd) - mas também - como desenvolver contactos com uma rede de cidades europeias e fazer uma conferência em Lisboa sobre segurança nas cidades que comportam aeroportos no seu miolo, como é, lamentavelmente, o caso de Lisboa - e onde ainda não sucedeu uma desgraça porque os deuses amam as sete colinas.
Mas convém não abusar da sorte, senão um dia aquelas labaredas mostrando cadáveres carbonizados ainda se reportam a Lisboa, situação que ainda podemos todos evitar...

António Costa que pense nisso, não apenas porque lhe dá jeito políticamente mas por um valor fundamental que urge salvaguardar e hoje norteia a vida da Humanidade que sabemos também o preocupa: a segurança das pessoas e dos bens, além da qualidade de vida.

- Veja a história aqui, na Folha de S. Paulo

- Como o avião se despistou, aqui