domingo

Marcelo e Portas em véspera de férias...

Confesso que hoje Marcelo foi realista, e até populista, ao elencar todos aqueles desvios do PM que estão a converter sinais de coragem e determinação em alguma intolerância, de que o famosao caso da DREN é talvez o mais sintomático, caricato e grave. E não valerá reiterar a ideia de que com Socas em S. Bento nenhum funcionário público será prejudicado por causa duma delação. Como António Vitorino ou mesmo António Costa em S. Bento - isso jamais sucederia, e a senhora em causa seria posta no olho da rua na hora. Mas adiante...
De entre as muitas coisas referidas, no plano internacional e doméstico, registo duas que me pareceram sintomáticas de alguma alienação que o próprio Marcelo vive e revive: uma é que ele lê Harry Potter, uma narrativa de aventuras alienante e que se não fosse o marketing global e a estúpida sociedade de consumo que o alimenta jamais teria o sucesso que tem, e para o qual o próprio marcelo também serve de carburante: 7h. a ler aquela bodega.., melhor fora que fosse nadar para o mar do Guincho - e perdesse o livro por lá.
Uma 2ª ideia - que já tinha consolidada - é a de que no PSD não há ponta de solidariedade, mesmo nas questões secundárias, pois perante um aparente lapso ou indevida apropriação de Mmendes ao referir que o método individual de pagamento das quotas foi dele, marcelo - em directo - veio dizer que, afinal, a iniciativa foi sua, e não de MMendes. Parecem dois putos a reclamar o Mustang da Matchbock e a fazer birra ante o olhar atento dos pais.
Numa palavra, Marcelo chamou mentiroso a MMendes, isto na véspera das direcas até pode levar as mentes mais poluídas a pensar que Marcelo está com a oposição interna ao Mendes. Será que Marcelo apoia L. Filipe Meneses...
De facto, Marcelo não tem mesmo um pingo de piedade pelo actual líder (ou por qualquer outro), revelando que em política nem aos feijões gosta de perder, ou apenas ceder, tanto mais tratando-se duma questão de somenos importância - mas que neste contexto pode agigantar-se.
Relativamente a PPortas, com quem Marcelo fez e desfez a aliança mais contra-natura da história política das alianças do post-25 de Abril, Marcelo esteve bem ao sublinhar que Portas denunciou a fuga de informações no âmbito da aquisição dos submarinos ao consórcio alemão, embora o ponto não seja esse - mas a própria investigação cujos indícios apontam para financiamento partidário ilícito ao cds/pp, o que poderá ajudar a explicar o regresso súbito de PPortas à liderança do seu partido, mesmo que para isso tenha triturado Ribeiro e Castro, um homem impoluto e sério.
P.Portas já se esquecera das difamações e injúrias que todas as 6ªfeiras lançava aos ministros de Cavaco quando dirigia o seu pasquim da reacção, o famoso Indy, entretanto extinto por inaceitação do mercado. Talvez por isso Portas tenha um score de fugas, injúrias e difamações - que o Tribunal - nas mais variadas situações do cavaquismo - o obrigou a pagar aos injuriados.
E até João de Deus Pinheiro - que nunca roubou nada na vida - fora atribuído o furto duma manta do avião cuja indemnização "o bom" do Portas teve de pagar. Por isso, não deixa de ser curiosa esta sua deriva pela denuncia das fugas de informação, desta feita ao Estado - via Ministério da Defesa - de que outrora fora o campeão enquanto jornalista (irresponsável) já que esse era o seu projecto político (e pessoal): abater Cavaco e o cavaquismo, e em boa medida conseguiu.
Na foto infra, picada no Jumento, poderá ver-se uma eficiente metáfora daquilo em que o cds/pp hoje se converteu, copiando o estilo do seu actual líder. Ou seja, algo ou alguém que está envolto numa nuvem de fumo que a Justiça agora deverá apurar e responsabilizar.
Esperemos que no final deste processo não se repita aquilo que fez carreira na história da cultura e do quadro das mentalidades tipicamente portuguesa: a culpa morre sempre solteira...