Pais de Madeleine rezam em Roma, com avião privado
Kate e Gerry McCann falam hoje com o Papa, no Vaticano, e vão pedir a Bento XVI que reze para o regresso à família da sua filha Madeleine, raptada no passado dia 3 do Ocean Club na Praia da Luz. “A visita vai ser muito importante para nós espiritualmente e acreditamos que vamos voltar com energias renovadas e mais unidos”, disseram ao pequeno grupo de jornalistas britânicos que os acompanha. (...)
Obs: Doravante, sugira-se ao P. Bento XVI que venha à Cova da Iria e receba os pais das crianças portuguesas igualmente desaparecidas. Esta discricionaridade, já por nós devidamente escalpelizada, e atendendo à delicadeza da situação, não deixa de ser injusta e iníqua. O papa, directa e indirectamente, acaba por dizer ao mundo que há crianças de 1ª categoria e crianças de 2ª categoria.
Os pais daquelas vôam em avião cedido por multimilionário que empresta o troféu e são depois recebidas pelo Sumo Pontífice que fornece um serviço de cathering e conforto religioso; os pais destas, são portuguesas - não vão a Roma, o Papa também não vem a Portugal e não tiveram 0,5 % dos meios e recursos e capital-simbólico (leia-se, cobertura mediática) que os pais de Madeleine estão a ter. Pois apesar da situação ser dramática em ambos os casos - ela não deixa de sinalizar uma clivagem gritante nessas duas abordagens que acabam por ter tratamento VIP num caso e noutro apenas conhecem o laxismo, a inércia e a indiferença. É a vida... A p... da vida. Por isso dissémos neste espaço que este Bento XVI saíu-nos cá um artista... romano, concerteza.
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