segunda-feira

Uma questão (bloqueante) colocada pelo blog Amok

...sim, mas...quando o bloqueio da escrita se instala, como debelar a febre?

Uma possibilidade de resposta desbloqueante repousa aqui: olhe meu amigo, quando sair, lá fora, olhe para o céu e tente encontrar girafa e jacaré nas nuvens...

- Meio no gozo, meio sério, era o que Agostinho da Silva costuma dizer-me quando bloqueava e não sabia como rasgar caminho intelectual numa ou noutra questão-problema. Sim, porque na universidade nunca se aprendia nada, apenas sabíamos que tínhamos de pagar as propinas no início do mês, nada mais.

- Para mim adoptei estratégia similar à da girafa - quando o bloqueio mental se instalava e tem funcionado, é simples: sendo eu de humanidades deverei ler algo de ciências exactas, ingressando numa área do conhecimento oposto aquele em que me situo. Aí esbarro com conceitos tão diferentes e realidades tão adversas quanto estranhas que, num ápice, tudo parece fazer sentido. Estranhamente o puzzle arruma-se!! E resulta. Sempre, quase sempre...E por vezes com valor acrescentado porque me permito fazer pontes de conhecimento inicialmente impensáveis.

No fundo, creio, trata-se de pequenas sacanices de Deus só para nos testar a ductilidade e destreza mentais...

- Por isso, já se sabe, quem for de "ciências duras" ingresse nas filosofias, ainda que provisóriamente, e verá que o "bloqueador anti-rodas" da Emel implode num ápice. A vantagem, de caminho, é que também ficamos a saber um pouco mais das áreas que nos são intelectualmente estranhas.

- O que coloca outro problema epistemológico: mas o conhecimento não será todo ele uno?! Hoje, cada vez mais, é consensual que as fronteiras (epistemológicas) de todo o conhecimento são artificiais e devem ser implodidas a fim de consolidar o tal cross-fertilization que os anglo-saxónicos eficientemente põem em prática. Por isso têm melhores empresas, melhores quadros, melhores produtos e serviços, mais eficiência, melhor eficácia nos standards competitivos. Numa palavra: produzem mais e melhor a mais baixo custo, e é isto que é dramático para a Europa hoje (des)governada por fujão barroso, o maoista da faculdade de Direito que hoje paralisa toda a Europa e a faz perder terreno e estatuto estratégico em face quer dos EUA , quer dos países emergentes da Ásia. Em especial, a fábrica e o escritório do mundo, a China e a Índia.

Ou será que ainda não pensámos que todos os grandes filósofos foram primeiro extraordinários matemáticos. Dou apenas um exemplo, o mais óbvio do séc. XX findo: Bertrand Russel. Que hoje, como ontem já serviu para muito.

Outro exemplo, para não me ficar pelo número ímpar (que desequilibra): Vilfredo Pareto foi um dos maiores sociólogos italianos do séc. XIX-XX, com o seu Tratado de Sociologia Geral de um milhar de páginas. Era engenheiro de formação dos Caminhos-de-Ferro italianos, mas, ao que julgo saber, não se formou na Uni...