quinta-feira

Rizoma e comunidade. Reflexão da noite. Portugal dos últimos 15 anos

No espaço de 15 anos Portugal apagou as suas raízes comunitárias e identitárias que nos aproximavam enquanto homens duma mesma comunidade. A nossa integração europeia, a vinda dos fundos comunitários, a emergência duma classe média (alta), a urbanização selvagem, as grandes superfícies (de que o engº Belmiro foi pioneiro no sector da distribuição alimentar em Portugal) - alteraram os hábitos dos portugueses. Deixámos de dizer bom-dia, boa-tarde e boa-noite, hoje só rosnamos, mas não olhamos de frente. Resultado: fragmentámos as relações, levámos a individualização ao extremo, povoámos tudo isso com isolamento que passou a modelar a realidade social emergente. Hoje, para o melhor e para o pior convertemo-nos nuns leopardos, ainda que estejamos numa salinha apinhados gente, não deixamos de estar sózinhos. Ou como diria alguém, somos uma sociedade povoada por redes, mas faminta de comunidade.