O Paulinho Portas das Feiras p'lo Jumento
Imagem Jumento
Nota prévia:
Ontem ainda perdi alguns minutos a ver aquele espectáculo deprimente de Portas a moderar os tempos, a disciplinar as regras do jogo da entrevista (domesticando até a pobre Judite, que nunca soube liderar a entrevista), a ser condescendente com o seu interlocutor, a ser cínico, hipócrita, traidor ao seu próprio partido, sectário, manobrisra (através dos meninos do coro do seu grupo parlamentar que armadilharam toda a relação de confiança entre ele e a direcção do partido) e o mais. Mas esta é, de facto, a verdadeira natureza de PPortas, mas ele procura ser isto e o seu contrário. Só que os milhões de portugueses que votam só acreditam nisto e não no seu contrário. O Jumento no seu Editorial d'hoje define bem o perfil político-ético deste ex-guerrilheiro do jornalismo político que fez a sua trânfuga para a arena politico-partidária. Poderia ter emigrado para o Burkina Fasso. Vale a pena ler este Editorial do Jumento, com uma ressalva: acho que lhe meteram cabelo a mais, mas se calhar foi essa a ideia, os tugas já lhe conhecem bem a careca e os podres que engendrou no partido e nos 10 anos em que injuriou e difamou inúmeros ministros do cavaquismo, por isso pagou dezenas de milhar de contos em indemnizações por força das decisões do Tribunal. Portas pode fazer falta ao jornalismo tipo 25Horas & Daily Telegraph ou Sunday Times, pode ainda fazer alguma falta na Sic de balsemão para condimentar algum título de uma notícia que se pretenda mais bombástica, pode debitar bites, bytes e sounds - mas à vida política nacional é que Portas não faz nem nunca fez falta alguma. Onde ele está mora a intringa e o sectarismo, apesar de afirmar o contrário.
O EDITORIAL DO JUMENTO
"Portas perdeu mercado e percebeu que se tinha de adequar aos novos tempos e fez o que qualquer empresa faria, deixou de apostar num produto que o mercado condenou para pouco tempo depois lançar o mesmo produto com nova embalagem e numa versão light. Abandonou os fatos riscados que o identificavam a um candidato de um casting para uma nova edição do Padrinho, assumiu um ar mais fresco, mudou ligeiramente a cor da madeixa que lhe dava um ar de surfista oxigenado e não me admiraria nada que tivesse mudado das ceroulas do ministro do Mar para as cuecas Hugo Boss.
E temos um Paulo Portas moderno, o equivalente político dos adelgalçantes ou de uma nova embalagem de Kellogg’s, quem resiste a perder uma camada de celulite ou a substituir os hidratos de carbono com o tempo de praia tão perto? Enquanto a L’Oréal lançou o Sublime, o novo adelgaçante capaz de renovar a esperança das que insistem em ver-se em espelhos convexos, Portas renovou-se e colocou no mercado o “Porta’s Light”, o Portas que vai conseguir os milagres que os Portas anteriores não realizaram.
Portas mostra assim uma mudança política que me lembra a diferença entre o aldrabão e o burlão, o primeiro limita-se a mentir enquanto o segundo diz a mentira que a vítima quer ouvir.
Ao contrário do que alguns dizem acho que este “Porta’s Light” representa mesmo uma profunda mudança de Paulo Portas, corresponde à evolução do aldrabão que imitava a figura dos caga-milhões das novas feiras para o burlão que nas mesmas feiras vende anéis de latão como se fossem de ouro."
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