quinta-feira

Dormir com o inimigo: o período no nojo. Uni-connection

Durante estes últimos 25 dias o PM, José Sócrates deve ter perdido o apetite, a concentração, o ânimo, a serenidade e a paz de espírito. É sabido que os portugueses não ficaram com a melhor das impressões em torno das omissões, trocas e baldrocas que rodearam as condições de conclusão da sua licenciatura. Mas daí a esta tentativa de julgamento sumário na praça pública, ainda por cima, de actos praticados à 15 anos...e provenientes de uma universidade privada cujos clans rivais se escudavam em guarda-costas para dirimir os seus conflitos, acabou por ser uma coisa do outro mundo.
Foi como se a Musgueira, de súbito, fosse convidada para o Palácio da Ajuda onde o Santana fez aquele famoso discurso a toque de Xanax e, de repente, aquela turba desatasse a escavacar toda a mobília, as estátuas e, por fim, acabasse por extorquir o dinheiro e os fios de ouro e telemóveis aos convivas, como é prática corrente no Brasil. País onde também se encomenda a morte pelo preço de um ordenado de um modesto tarefeiro da administração pública em Portugal.
Mas este ponto de partida permite-nos reflectir, à semelhança dos divórcios, qual o impacto deste período de nojo na avaliação política dos portugueses. O Jumento, em boa hora, desencadeou uma sondagem para aferir isso mesmo, e das cerca de 200 pessoas que já votaram - so far - referiram que este episódio não alterou o seu sentido de voto no actual PM. Veremos a evolução daquele comportamento. Eu fui dos que votou logo na 1ª alínea, i.é, não obstante isto ter manchado éticamente a conduta do PM não foi suficiente para modificar a intenção política no momento existente. Apesar da ética ser uma coisa e a política ser outra, momentos há em que essas esferas ou compartimentações acabam por implodir e misturar-se da pior forma. Neste caso, creio que a compartimentação da esfera ética/valores e da esfera política (eficácia da governação) mantém-se separada. Oxalá isso traga resultados para o bem comum dos portugueses a curto prazo, mormente ao nível da carga fiscal, do preço do dinheiro e da generalidade das políticas públicas: emprego, saúde, ambiente, educação, agricultura, etc...
Olhando para o espectro político o que vejo: quem sempre votou pcp ou cds continuará a fazê-lo, naturalmente; quem sempre votou no BE também continuará fazê-lo; mas quem sempre votou no PS pode conhecer aqui um descontentamento que leva a uma inflexão de posição e aproximar mais esse eleitorado junto do PsD. Mas como este Psd é a desgraça das desgraças - aquele eleitorado fixo ou fidelizado ao PS - mais a mais a dois ainda do termo do mandato - terá de avaliar a vindima política até ao final - e saber se fica ou se emigra - na boa lógica deste Cintrão que nos governa desde o 25 de Abril.
Ou seja, o Jerónimo dançarino bem pode continuar a dançar o vira sózinho, porque não é isto que o fará arranjar melhor par; o cds de PPortas já à muito que dança sózinho, especialmente desde que fujão o deixou apeado da Defesa e entregue ao elefanto branco do SLopes - e até seria muito curioso que Ribeiro e Castro vencese aquelas directas.
Da oposição, Anacleto Louçã do BE foi, a meu ver, o político que soube melhor salvaguardar a posição do PM nesta barraca, interessando-se unica e exclusivamente por saber se Socas beneficiou (ou não) dum regime de favor perante os demais alunos daquele ano, e ficou provado que não. MMendes comportou-se de forma vergonhosa, qualquer assessor político competente e inteligente ter-se-ía demarcado dele naquele momento de fraqueza do PM. Mendes é, pois, um homem marcado, revelou que gosta de bater nos velhinhos que vão a atravessar a passadeira à meia noite nas artérias da Baixa e acelera a alta velocidade só para os tentar colher.
De tudo o que fica do que passa? O modus operandi mafioso duma universidade privada que, não respeitando os seus alunos, sua razão de ser, também chantageou S. Bento e envorgonhou a sociedade e o Portugal inteiro, intra e extra-muros. Em 2º lugar, o anedotário do PM inflacionou, pelo que no Carnaval - como refere o Jumento, e bem - as piadas sobre o PM se intensificarão.
Mas há males que vêm por bem. Pois até aqui Socas era acusado, e com algum fundamento, de ser altivo para com a oposição, ora esta bujarda política atingiu-se no seu amâgo, ele deverá ter tirado algumas lições de tudo isto e agir em conformidade. Pois só os burros, salvo seja, é que nunca mudam. E mudando teremos, espero, um PM na sociedade, no Parlamento, na economia, na política activa mais motivado não só para recuperar este tempo perdido, como também para pensar melhor Portugal e meter este País a mexer - ante a inércia em caíu.
Para a próxima o PM terá não só de escolher melhor a cama como a parceira com que se vai deitar. Mas isto, infelizmente, é válido para todos nós que por vezes nos deitamos com uma princesa e acordamos com uma "ferreira leite".
É a vida...
PS: Esta reflexão, em parte, é tributária da sondagem em curso no Jumento. Sucede, porém, que ainda ontem enquanto ouvia um sr. chamado Pimentel - tinha pensado na sua estruturação, mas logo hoje o Jumento
antecipou-se. Já começa a irritar. Por vezes, confesso, fico com vontade de envenenar aquele "burro" com 600-Forte, mas talvez não fosse a receita para o liquidar. Além disso, depois ficaria com pena. Mas enquanto a pena não vem dá vontade de perguntar ao Jumento se ele também se formou na Uni em regime pos-laboral...
E, en passent, se ele é dos que ficou melindrado com o PM passando agora a enfeudar-se no PsD, ou ficou só incomodado com os seus tiques autoritários... Espero que ele possa responder de forma directa e frontal, senão terei de falar com o Sr. Pimentel da Uni e fazemos aqui no Macro umas "declarações bombásticas" (vem de pastilha elástica) e revelamos ao mundo - urbi et orbi - qual a composição da fava (e dos esteróides) que este burro utiliza para se alimentar.