quarta-feira

A importância das entrevistas. Bruna Surfistinha

Bem sabemos da importância dos media em Portugal, uma sociedade ainda algo provinciana onde se pensa que quem vai à caixa negra dizer umas balelas fica importante ou com mais poder, autoridade e influência em Portugal. Pura ilusão!!! Hoje, o PM vai à tv, será entrevistado para esclarecer a sua situação "militar" e explicar como passou à "reserva territorial". Por amor de Deus, anda o Portugal contemporâneo suspenso por estas tretas... Só neste recanto do mundo quarto-mundista.
Todavia, sabemos que os media têm uma relação infra-estruturante na sociedade, apesar de serem uma instituição à parte, gozando de regras e práticas próprias. Dependendo o seu sucesso da forma como a sociedade "consome" os seus produtos. Mas se notarmos bem em Portugal são sempre os mesmos jornalistas que fazem as entrevistas políticas. Dantes era a Margarida Marante, fiel seguidora de Sá Carneiro, o Miguel Sousa Tavares também pernava com a Guida. Hoje são outros, é certo, mas o role não passa dos dois ou três jornalistas que asseguram a ronda.
Não é justo, não porque os políticos eventualmente já podem conhecer os tiques e as manhas das respectivas jornalistas, mas porque devia existir em Portugal sangue novo que pudesse dinamizar o sector do jornalismo político em Portugal que, lamentavelmente, continua adiado. Confesso aqui que o modelo entrevisteiro de judite de Sousa já está demasiado agastado. Neste contexto de "mais do mesmo", pergunto-me como responderiam os políticos em Portugal se, par hazard, eles fossem entrevistados por uma Bruna Surfistinha bem preparada... Aqui, creio, temos ainda de aprender muito com a televisão espanhola e italiana que tem, consabidamente, grandes vedetas a ilustrar o écran.
Julgo mesmo que seria interessante que logo à noite o PM, José Sócrates, faça essa proposta à direcção de informação da RTP - através de dona Judite - de forma a conferir mais competitividade à estação pública e, assim, gorar alguns ímpetos mais privatistas de Balsemão-sic-expresso que se serve do desgraçado MMendes para fazer aprovar medidas e legislação que favoreçam os seus interesses empresariais - contraditórios com os interesses informativos dos portugueses.